![]() A agenda econômica desta quinta-feira (26) tem como foco principal os dados de inflação e atividade, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos. No início do dia, o Banco Central divulga o Relatório de Política Monetária, com uma avaliação detalhada das condições econômicas e financeiras do país, logo após a decisão de manter a taxa básica de juros (Selic) em 15% na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). Às 9h, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) publica o IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15), uma prévia da inflação oficial, que pode influenciar as expectativas do mercado sobre os próximos passos da política monetária. Além disso, a Receita Federal divulga os dados da arrecadação de maio e o acumulado de 2025. A apresentação será feita às 11h, no auditório do Ministério da Fazenda, pelos auditores fiscais Claudemir Malaquias e Marcelo Gomide, com transmissão ao vivo pelo YouTube. Na seara política, investidores devem repercutir a derrota expressiva do governo Lula com a derrubada das medidas que elevaram o IOF. O PDL passou na Câmara, com placar de 383 votos contra apenas 98, e no Senado. Nos Estados Unidos, investidores acompanham, às 9h30 (horário de Brasília), a leitura final do PIB (Produto Interno Bruto) do primeiro trimestre, que oferece uma visão consolidada do desempenho da maior economia do mundo no início do ano. No mesmo horário, o Departamento do Trabalho divulga os pedidos semanais de auxílio-desemprego, indicador que ajuda a medir a dinâmica do mercado de trabalho norte-americano. Três dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) discursam hoje, em meio às projeções sobre os próximos passos da política monetária americana. Às 9h, Tom Barkin, membro do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC), participa de um evento. Já às 14h15, será a vez de Michael Barr, vice-presidente de Supervisão do Fed, seguido por Neel Kashkari, também do FOMC, que fala às 20h. O que vai mexer com o mercado nesta quintaAgendaÀs 9h30, o presidente Lula se reúne no Palácio do Planalto com o ministro da Casa Civil, Rui Costa, e participam também o ministro da Fazenda, Fernando Haddad; o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro; o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira; o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan; o secretário-executivo adjunto do Ministério do Planejamento e Orçamento, Márcio Luiz de Albuquerque Oliveira; e Gilson Alceu Bittencourt, subsecretário de Política Agrícola e Negócios Agroambientais. Às 14h10, Lula visita a Favela do Moinho e, às 15h20, participa da assinatura de atos relativos à solução habitacional para a comunidade local. O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, participa às 11h de coletiva de imprensa sobre Política Monetária, no Edifício-Sede do Banco Central, em Brasília, com transmissão pelo Canal do BC no Youtube. Mais tarde, às 15h, ele participa da reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN). (fechado à imprensa) Brasil 8h – Confiança da indústria (junho) 8h -Relatório de Política Monetária 9h – IPCA-15 (junho) 11h – Arrecadação federal (maio) 14h30 – Governo central EUA 9h – Discurso de Barkin, Membro do FOMC 9h30 Bens duráveis (maio) 9:30 – PIB (final) 1º tri 9h30 – Auxílio-desemprego (semanal) 9h30 – Exportação de grãos (semanal) 11h – Moradias pendentes (maio) 14h15 – Discurso de Barr, vice-presidente de Supervisão do Fed 20h – Discurso de Kashkari, membro do FOMC INTERNACIONALSubstituto de PowellO presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, avalia anunciar ainda no segundo semestre o nome que pretende indicar para presidir o Federal Reserve (Fed), mesmo com o mandato atual de Jerome Powell válido até maio de 2026. As informações são do jornal Wall Street Journal. A medida, considerada atípica, é vista como uma tentativa de minar a autoridade de Powell e influenciar as decisões de política monetária antes da troca oficial de comando. Talvez comece em breveDurante uma coletiva de imprensa após a cúpula da Otan, em Haia, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou na quarta-feira (25) que o conflito entre Israel e Irã pode recomeçar em breve. Segundo ele, ambos os países estão “cansados, exaustos”, mas existe a possibilidade de retomada das hostilidades. “Acho que um dia, sim. Talvez comece em breve”, declarou. O embate entre os dois terminou na terça-feira (24), após um cessar-fogo mediado pelos EUA. No entanto, logo após o acordo, os dois lados trocaram acusações de violação. Trump comparou o conflito a uma briga entre “duas crianças no pátio da escola”. Próxima semanaTrump afirmou que Washington pode retomar negociações com o Irã na próxima semana, com possibilidade de um novo acordo nuclear. Durante a cúpula da Otan, em Haia, ele disse que uma declaração iraniana contra a obtenção de armas nucleares poderia bastar. Trump comparou os bombardeios americanos a instalações nucleares iranianas aos ataques atômicos de Hiroshima e Nagasaki, sugerindo que a ofensiva encerrou o conflito com Israel. Apesar de um relatório da inteligência indicar atraso limitado no programa nuclear iraniano, o presidente contestou os dados e citou danos severos. Ele também elogiou a contenção de Israel após a trégua e afirmou que os EUA decidirão seus próximos passos caso o Irã retome o enriquecimento. ECONOMIALiberaçãoO CJF (Conselho da Justiça Federal) liberou R$ 2,07 bilhões para quitar RPVs (Requisições de Pequeno Valor) de aposentados e pensionistas do INSS, autorizadas em maio. Os valores serão pagos a mais de 131 mil beneficiários que venceram ações de até 60 salários mínimos. O total inclui também verbas para outras dívidas alimentícias, como salários de servidores. O pagamento será feito via Caixa ou Banco do Brasil, após o processamento pelos TRFs. Para consultar o valor, é preciso acessar o site do TRF da região com CPF ou número do processo. A consulta deve ser feita na seção “Consulta processual”. Consignado CLTA Câmara dos Deputados aprovou na quarta-feira (25) a criação do empréstimo consignado para trabalhadores com carteira assinada. O texto, que ainda precisa ser votado no Senado até 9 de julho, autoriza o desconto em folha sem necessidade de convênio entre empresa e banco. Também permite que motoristas de aplicativo e entregadores usem seus repasses como base para o desconto. O projeto transfere do Conselho Nacional de Previdência Social para o CMN (Conselho Monetário Nacional) a definição do teto de juros para segurados do INSS. A operacionalização da garantia via FGTS deve começar só no fim de julho. AumentoO governo federal aprovou na quarta-feira (25) o aumento da mistura de etanol anidro na gasolina de 27% para 30%, medida que passa a valer em 1º de agosto. Também foi autorizada a elevação da mistura de biodiesel no diesel, de 14% para 15%. A decisão do CNPE (Conselho Nacional de Política Energética) ocorre em meio à pressão internacional sobre os preços do petróleo. Segundo o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, a mudança pode gerar economia para motoristas e consolidar o Brasil como exportador de combustíveis. Lula afirmou que os biocombustíveis não comprometem a produção de alimentos e reforçou a importância estratégica do setor. Intervenção duplaO Banco Central realizou na quarta-feira (25) uma intervenção dupla no câmbio, com leilão à vista e swap cambial reverso, ambos no valor de US$ 1 bilhão. No leilão à vista, vendeu dólares retirados das reservas internacionais; no swap, comprou dólares no mercado futuro. As operações, feitas simultaneamente, tendem a manter a taxa de câmbio estável. Especialistas afirmam que essa ação reduz o custo do cupom cambial, ou seja, os juros em dólares pagos pelo BC. Além disso, a venda no mercado à vista ajuda a diminuir o excesso de liquidez no sistema bancário. O dólar abriu próximo da estabilidade, cotado a R$ 5,5191. POLÍTICADerrubada do IOFEm uma derrota para o governo Lula, a Câmara e o Senado derrubaram nesta quarta três decretos que alteravam alíquotas do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). A votação foi simbólica no Senado e expressiva na Câmara, com 383 votos favoráveis. Foi a primeira vez desde 1992 que um decreto presidencial foi anulado pelo Congresso. A decisão surpreendeu o Planalto, que não foi avisado com antecedência. Líderes do governo criticaram a medida. A ministra Gleisi Hoffmann (SRI) afirmou que a derrubada do decreto do IOF pelo Congresso não tem base jurídica e pode obrigar o governo a cortar mais R$ 10 bilhões do Orçamento de 2025, incluindo R$ 2,7 bilhões em emendas parlamentares. A decisão também afetaria programas sociais e comprometeria a meta fiscal, segundo ela. Petistas avaliam acionar o STF, mas parte do governo teme crise com o Legislativo. O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), criticou a decisão do presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), de pautar de surpresa a votação do projeto que derruba o novo decreto do IOF. Chamou a ação de “provocação infantil” e “erro grave”, apontando tentativa de enfraquecer o governo Lula e antecipar o debate eleitoral de 2026. Imposto de RendaA Câmara dos Deputados aprovou na quarta-feira (25) o projeto de lei que atualiza a tabela do Imposto de Renda, isentando da cobrança quem ganha até dois salários mínimos por mês (R$ 3.036, com desconto simplificado). A medida, com vigência a partir de maio, beneficia trabalhadores de baixa renda e segue agora para o Senado. A faixa de isenção subiu para até R$ 2.428,80, enquanto a segunda faixa, com alíquota de 7,5%, vai até R$ 2.826,65. A Receita Federal estima renúncia fiscal de R$ 3,29 bilhões em 2025. Fundo Social do Pré-SalA Câmara também aprovou na quarta-feira (25) a medida provisória que amplia o uso do Fundo Social do Pré-Sal, permitindo a criação de uma nova faixa do Minha Casa, Minha Vida e uma linha de crédito para reformas habitacionais. A proposta, que segue para o Senado, inclui ainda regras para destinar parte dos recursos à saúde e educação, e estabelece critérios regionais de aplicação. A medida também incorpora proposta que autoriza a venda de petróleo excedente da União, com potencial de arrecadação de até R$ 20 bilhões em 2025. Mais deputadosOs senadores aprovaram nesta quarta-feira (25) o aumento do número de deputados federais, ou seja, após as eleições de 2026, a Câmara dos Deputados terá 531 representantes, 18 a mais que os atuais 513. Big techsO ministro Edson Fachin, do STF (Supremo Tribunal Federal), acompanhou a divergência do ministro André Mendonça e votou pela constitucionalidade das regras atuais do Marco Civil da Internet, que responsabilizam as plataformas apenas após ordem judicial para remoção de conteúdo. A ministra Cármen Lúcia, junto com outros sete ministros, formou maioria para ampliar as obrigações das big techs quanto a conteúdos publicados por terceiros. O julgamento, retomado na quarta (25), aguarda o voto do ministro Kassio Nunes Marques e deve definir também a modulação da tese. Fachin defende cautela para preservar a liberdade de expressão e acredita que a regulação deve ser estrutural, não via Judiciário, enquanto a maioria entende ser necessária maior responsabilidade das plataformas para proteger direitos fundamentais. Suspeita de obstruçãoO ministro Alexandre de Moraes, do STF, determinou que os advogados Fábio Wajngarten e Paulo Bueno sejam ouvidos pela Polícia Federal por suspeita de obstrução de investigação ligada a organização criminosa. Relatos indicam que os advogados teriam procurado familiares do tenente-coronel Mauro Cid para obter informações sobre sua colaboração premiada. Moraes também requisitou um laudo pericial do celular da filha menor de Cid, entregue voluntariamente à investigação. A defesa de Cid apontou tentativas insistentes de contato feitas por outros advogados envolvidos no caso. Wajngarten e Bueno não se manifestaram até o momento. (Com Reuters, Agência Brasil e Estadão) |
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