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Designer virou trader após filho ser detectado com transtorno do espectro autista

- 01/12/2024 5 Visualizações 5 Pessoas viram 0 Comentários
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Rogério Bastitiolle teve contato com o mercado financeiro em 2019, após um amigo de trabalho comentar sobre a bolsa de valores. Passou a investir em ações e a estudar sobre as operações. Em pouco tempo já estava realizando swing trade.

Em 2020, passou a se concentrar mais no mercado financeiro. Uma semana antes de o país adotar severas medidas de distanciamento social, para evitar a propagação da Covid-19, seu filho nasceu. “Nem voltei para a empresa e passamos a trabalhar home office”, conta ele, que participou do episódio 60 do programa GainDelas, no canal GainCast.

Cinco meses depois sua mulher voltou a trabalhar após o fim da licença da maternidade. “Ela era da área de saúde e não dava para fazer home office”, afirma. Com isso, passou a ficar com o filho já que ele passava mais tempo em casa. “Pude viver a paternidade e criei um laço muito grande com ele”, afirma.

Demissão

Bastitiolle trabalhava na editora Abril até ser demitido em janeiro de 2021, após 24 anos na casa. Profissional de computação gráfica, o novo dono de sua empresa não se interessou em manter a área de mídia impressa na qual trabalhava.

“Falei para mim: agora vou focar no mercado. Já tinha essa parte de swing trade. Então fui investir nisso”, recorda. “Queria algo que desse um retorno mais rápido. Pesquisar e fui fazer day trade em ações. Aí conheci também o minicontrato futuro”, diz ele, que já tinha conhecimento básico de análise técnica, a partir dos estudos que fez sobre o mercado financeira meses antes.

“Estava indo superbem (no trade) no final de abril de 2021”, recorda. Mas sua mãe contraiu Covid-19, ficou internada meses e após complicações veio a falecer em agosto do mesmo ano. “Tinha um laço muito grande com ela”, relembra.

No tempo da internação da mãe, seu filho com pouco mais de um ano, foi perdendo a fala. “Eu não percebi, mas levantou um alerta porque ele estava muito quieto”, conta.

“Daí para frente nem tive tempo de chorar a morte de minha mãe. Aí veio uma outra luta”, diz. O menino foi diagnosticado com transtornos do espectro autista (TEA).

Nada dava certo

Com a nova situação, foi buscar tratamento para o filho. “E nisso, eu já estava voltando a operar no day trade. Mas não conseguia. Nada dava certo”, relata. Rogério Bastitiolle achava estranho pois estava usando a mesma técnica de operação no mercado financeiro, que já tinha dado resultado antes.

Voltou até a fazer operações no simulador para treinar sua técnica. Nesse tempo, começou a encaminhar seu filho para terapia. E também voltou para o mercado de trabalho.

Mas o longo tempo fora de casa passou a deixa-lo angustiado. “Chegava em casa com o filho dormindo. Não era o que queria da minha vida. Meu filho precisa de mim. Eu quero andar do lado dele. Precisa participar da vida dele. Ele precisa de apoio”, afirma.

Opera da clínica do filho

Largou o trabalho e voltou a se dedicar ao trade, operando mini-índice. O tempo foi passando e a vida se ajustando com o filho autista. “Hoje, enquanto ele está na clínica fazendo tratamento (durante toda a manhã), eu opero. Levo meu notebook, fico lá na sala de espera, enquanto ele faz a terapia dele”, conta.

“O dia a dia é muito difícil. É uma luta diária”, ressalta.

“O trade não mudou minha vida, quem mudou minha vida foi meu filho. O que mudou minha vida foi a necessidade que ele tem. O trade me proporciona esse propósito de vida. Tenho um carinho muito grande com o trade porque ele me proporciona viver isso com ele (filho).”

— Rogério Bastitiolle, trader

Rogério Bastitiolle afirma não se considerar um trade profissional. “Sou um trade em ascensão. Aprendo todo dia. Eu sobrevivo do trade. Pago minhas contas com o trade”, afirma.

“É isso que eu quero do trade. Não quero ser milionário, quero pagar minhas contas. O trade já me dá o que eu quero”, complementa.




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