Enquanto o mercado aguarda por medidas do governo relacionadas a corte de gastos, as empresas na bolsa brasileira mostram resiliência até a chegada de um novo ciclo de alta das ações, que pode ser em breve ou no ano que vem. José Rocha, sócio e CIO da Dahlia Capital, e Sara Delfim, sócia e analista da Dahlia Capital têm visões otimistas sobre a renda variável em meio às incertezas que rondam o cenário macro. Eles participaram do episódio140 do programa Outliers do canal XP. Bom ciclo micro“Mesmo com a subida de juros, diferente das crises passadas, a maioria das empresas não está endividada”, afirma Sara. “Existe muita empresa que tem mais caixa do que dívida”, complementa. A gestora vê qualidade das empresas brasileiras na bolsa. “A gente está num bom ciclo micro. Precisa ajustar o ruído fiscal”, ressalta. Ela destaca a importância, neste momento, de diversificar os investimentos. “Na bolsa (brasileira), deve-se procurar posições pequenas, setores e empresas mais defensivos. Uma hora pode-se virar uma carta ruim, mas a carta boa também se vira”, compara.
Fiscal frouxoJosé Rocha avalia que quando o fiscal é “frouxo”, cria-se preocupações com crédito. “Ele faz também o desemprego ficar mais baixo, o que acaba pedindo um equilíbrio de política econômica com mais juros, com mais política monetária”, afirma. “O problema do fiscal do Brasil está muito longe de ser insolúvel. Então, a forma que a gente olha o país é que o externo está ajudando, os juros nos Estados Unidos começaram a cair, assim como em vários outros países”, diz. “Tem preocupações com o fiscal. Se por acaso essa preocupação se dissipar – mas a gente não sabe quando vai ser – pode acontecer um cenário muito parecido com ano passado, quando a bolsa foi a melhor classe de ativos do ano, para surpresa geral”, relata. Juros baixos favorece bolsaPara o gestor, é importante que o governo apresente algo crível para o fiscal. “O mercado pode melhorar”, avalia. Ele considera os juros baixos favorável às bolsas, no geral.
O executivo da Dahlia ressalta que o mundo viveu vários problemas recentes, como a pandemia, a seca e a guerra. “Em particular, a guerra (entre a Rússia e a Ucrânia) fez o preço do petróleo e da comida subirem muito. E quando o preço do petróleo e da comida sobem, há um choque inflacionário”, explica. “Apesar de a guerra ainda estar acontecendo, felizmente o preço do petróleo cai”’, acrescenta. Para ele, a inflação dos Estados Unidos provavelmente vai estar beirando os 2% no início do ano que vem. |
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