Até o início da semana passada, Jeniffer Castro, de 29 anos, era uma bancária anônima. Tudo mudou quando ela embarcou em um voo da Gol (GOLL4) do Rio de Janeiro a Belo Horizonte e se tornou a “diva do avião”. Ela teve seu rosto exposto e viralizado com uma mensagem de protesto contra Jennifer, que decidiu não ceder seu assento na janela para uma criança que insistia em sentar ali. E se com isso o intuito era deixa-la “famosinha” na internet, como teria dito uma das autoras do vídeo viral, deu certo.

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Jeniffer já está com 2,3 milhões de seguidores no Instagram. Tinha menos de mil quando tomou o voo que elevou seu grau de influência da web ao nível de personalidades renomadas. Os usuários das redes sociais têm comparado a base da “diva do avião” com a da atriz Fernanda Torres. Indicada ao Globo de Ouro de melhor atriz nesta segunda-feira (9), a protagonista do filme “Ainda Estou Aqui”, de Walter Salles, tem 400 mil seguidores a menos do que Jeniffer.

Não demorou para que a bancária fosse procurada pelas marcas. A estreia de Jeniffer como garota-propaganda foi com uma empresa de peso: a Magazine Luiza (MGLU3). Aliás, o primeiro pronunciamento dela após o vídeo do avião foi em uma “publi” para a varejista. No conteúdo, Jeniffer diz que se manteve serena durante o episódio pois estava checando ofertas no app da Magalu.

“Tablet é bom para distrair as crianças em viagem de avião”, diz, no vídeo que já acumula mais de 43 milhões de visualizações. No dia seguinte, o perfil de Jeniffer publicou outro conteúdo patrocinado, para a divulgação da nova música de uma banda de pagode. Em menos 24 horas, outra “publi”, desta vez de uma linha de esmaltes. Todo o discurso do conteúdo também faz alusão à calma de Jeniffer diante da situação que viveu naquele voo da Gol.

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Antes do incidente, Jeniffer sequer trabalhava com produção de conteúdo. Hoje, na descrição do perfil, existe um e-mail para parcerias comerciais. A nova influenciadora também já tem assessoria de imprensa.

De repente, influencer

No começo deste ano, a professora de história Camila Moura também saiu do anonimato de forma inusitada. O então marido dela, Lucas Henrique, o “Buda”, participou da edição 24 do Big Brother Brasil e flertou com uma outra participante durante o confinamento.

Camila, até então muito discreta, usou as redes sociais para desabafar e, assim como “a diva do avião”, ganhou a empatia da web. Resultado: milhões de seguidores em questão de dias sem nem estar participando do reality show. A primeira publicidade foi de uma marca de amaciante – para fazer alusão à lavagem de roupa suja que ela pretendia ter com o marido assim que ele deixasse o programa.

As agências de publicidade estão constantemente buscando por viralizações que podem vir a ser oportunidades para determinadas marcas. Em geral, são ações de curtíssimo prazo, de estratégias bem simples, que surfam na onda momentânea do viral.

“Esse tipo de ação não faz da pessoa uma embaixadora da marca”, explica Patricia Calil, diretora de conteúdo e inovação do estudo de conteúdo Snack Content. “É uma coisa rápida, one shot. Tenho um produto, quero comunicar e uso uma pessoa que viralizou como canal”.

Efeito instantâneo

Patricia explica que, muitas vezes, o efeito da ação não dura muito tempo. “Tem vezes que a pessoa se torna uma produtora de conteúdo de fato e, se ação dá muito resultado, a marca procura para comunicar de novo. Mas no geral, não é assim”, afirma.

O InfoMoney apurou que em casos desse tipo, um “combo” de divulgação como o que Jeniffer fez para a Magazine Luiza, incluindo stories e conteúdo no feed de Instagram rende, em média, R$ 35 mil à nova celebridade da internet. Claro que o valor também vai depender do quanto a situação viralizou.

Camila Moura, a ex do Buda do BBB, se manteve sob os holofotes até agora, tem 2,7 milhões de seguidores hoje e também se tornou participante de reality show – recentemente foi uma das peoas de A Fazenda da Record TV. Resta saber se a “diva do avião” vai decolar ou se a sua trajetória de influenciadora será apenas um voo de galinha.