A Petrobras (PETR4) deverá distribuir dividendos de US$ 15,8 bilhões no segundo semestre deste ano, segundo detalhou em relatório, nesta segunda-feira (11), o Bank of America (BofA), representando dividend yield mínimo de 7%.

Fora isso, os analistas do banco americano, liderados por Caio Ribeiro, enxergam como alta a probabilidade de a estatal anunciar dividendos extraordinários. Nesse caso, o rendimento mínimo para o período de julho a dezembro deste ano iria para 17%.

Para 2024, a projeção é de um dividend yield mínimo de 15%, podendo ir a 21%. Para fins de comparação, a média paga projetada para pares da Petrobras no mesmo período é de 9%.

“Os retornos em dinheiro representam um pilar essencial da tese de investimento da Petrobras, especialmente dado os altos rendimentos oferecidos pelos concorrentes globais”, comenta o BofA.

PETR4: Dividendos da Petrobras; distribuição extraordinária

“Dado o perfil da Petrobras como uma NOC (Empresa Nacional de Petróleo, na sigla em inglês), os investidores exigem um rendimento mais alto em comparação com seus pares, considerando a possível influência governamental em decisões estratégicas como investimentos, precificação de combustíveis e políticas de dividendos, entre outras coisas.”

Quanto à distribuição extraordinária, o banco lembra que a Petrobras não tem reserva estatutária e, por isso, não pode reter dinheiro em excesso.

Fora isso, o time vê como provável a questão de o Governo brasileiro manter a distribuição extra para ajudar na sua meta de déficit zero do próximo ano. Boa parte dos dividendos distribuídos pela Petrobras, afinal, vai para o caixa público.

Proventos em 2024

“Para 2024, espera-se que a Petrobras continue pagando dividendos, pois a empresa está em um forte momento de geração de FCF. Assumindo preços do petróleo de US$ 90/bbl para o ano, estimamos que a Petrobras poderia pagar dividendos de cerca de US$ 19,5 bilhões, o que representa um rendimento de 21%”, comenta o BofA.

O time destaca, contudo, que os rendimentos da Petrobras são são mais sensíveis aos preços do petróleo – já que sua geração de dinheiro é principalmente impulsionada pelo segmento upstream, ou seja, de extração.

“Ao mesmo tempo, entender como funcionará a política de precificação de combustíveis da Petrobras também é fundamental para prever seu potencial de geração de dinheiro”, contextualizam.

Alta do petróleo: teste para Petrobras

Eles afirmam que com a recente alta nos preços do petróleo, a política de precificação de combustíveis da Petrobras passou pelo seu primeiro teste de estresse.

Desde o final de junho, os preços do petróleo subiram cerca de 20%, levando a empresa a anunciar um aumento tanto no diesel quanto na gasolina de 25,8% e 16,3%, respectivamente, em meados de agosto.

“Segundo nossos cálculos, com preços do petróleo a US$ 90 o barril, cada desconto de 10% (para diesel e gasolina) em relação à paridade internacional afeta a geração de dinheiro da Petrobras em cerca de US$ 6 bilhões”, fecham.