Com os prêmios de debêntures e outros títulos de crédito privado amassados, os gestores de fundos de investimento (FIFs) vêm procurando alternativas para entregar rendimentos acima do CDI aos cotistas. Uma das soluções encontradas está nos FIDCs (Fundos de Investimento em Direitos Creditórios), que oferecem retorno mais elevado em uma estrutura que pode mitigar riscos. 

É por esse motivo que esse instrumento vem crescendo. Em abril, os FIDCs foram captaram R$ 9,1 bilhões e foram responsáveis por 19,19% de tudo o que o mercado de capitais levantou no mês, atrás apenas das debêntures, segundo os dados mais recentes da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais). 

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Um levantamento da Uqbar feito a pedido do InfoMoney mostrou os principais FIDCs do mercado na visão dos gestores de fundos de renda fixa e multimercados. Em abril, os gestores tinham R$ 105,24 bilhões em cotas de FIDCs, segundo a pesquisa. 

O fundo de recebíveis que mais aparece nas carteiras de outros fundos é o Crédito Universitário IV, gerido pela Ideal Invest. É um instrumento de investimento em direitos creditórios de financiamento estudantil. Em seguida, aparece o Red Real LP, que investe em diversos recebíveis gerados por empresas dos setores financeiro, industrial, imobiliário e prestação de serviços. 

A lista ainda tem FIDCs que investem em financiamento de projetos de energia – Green Solfácil e Delta Energia Pré-Pagamento I –, crédito para compra de automóveis – BV Auto I – ou recebíveis de diversos setores da economia. A gestora com mais fundos no ranking é a G5, com três. Confira: 

Já a lista de FIDCs com maior volume de investimentos vindo de outros fundos é completamente diferente. Ela começa com o Multisegmentos NPL Ipanema VI, que compra dívidas de clientes de empresas do mercado financeiro, varejistas e prestadoras de serviços. 

Os montantes bilionários depositados pelos FIFs “sublinham a importância dos FIDCs como principal veículo de securitização do País e o forte interesse dos fundos de investimento nesses ativos”, diz Ronan Messias, analista da Uqbar. 

Alguns fundos têm a sigla NP no nome, o que serve para identificar os FIDCs não padronizados. Eles podem investir em títulos não convencionais, como créditos vencidos, precatórios ou até derivativos de direitos de crédito.