![]() Após saltar mais de 1% contra o real na véspera e fechar no patamar de R$5,50, o dólar à vista opera em baixa nesta quarta-feira (20), à medida que investidores continuam monitorando o impasse comercial entre Brasil e Estados Unidos, enquanto no exterior cresce a expectativa pelo simpósio econômico do Federal Reserve em Jackson Hole. Leia mais: Dólar Hoje: Confira a cotação e fechamento diário do dólar comercial Qual a cotação do dólar hoje?Às 10h14, o dólar à vista operava em baixa de 0,45%, a R$ 5,475 na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento recuava 0,24%, a R$ 5,503. Na terça-feira, o dólar à vista fechou em alta de 1,19%, a R$5,50, a maior cotação em duas semanas. Dólar comercial
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O que aconteceu com dólar hoje?O real avança nesta sessão, preservando boa parte da valorização do dólar registrada na véspera, em meio à crescente preocupação do mercado com o agravamento das tensões diplomáticas e comerciais entre Brasil e Estados Unidos. A cautela aumentou após decisão do ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou que cidadãos brasileiros não podem ser afetados em território nacional por leis estrangeiras relacionadas a atos cometidos no país. Embora não mencionasse diretamente a disputa entre os dois governos, a medida foi interpretada como um gesto de proteção ao ministro Alexandre de Moraes, alvo de sanções norte-americanas com base na Lei Magnitsky. Washington acusa Moraes de autorizar prisões arbitrárias e restringir a liberdade de expressão, e o ministro é relator da ação em que o ex-presidente Jair Bolsonaro responde por tentativa de golpe de Estado. No mês passado, o presidente dos EUA, Donald Trump, já havia vinculado a imposição de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros ao que chamou de “caça às bruxas” contra Bolsonaro. Investidores veem a decisão de Dino como um potencial obstáculo às negociações bilaterais e temem uma reação mais dura de Washington, com impacto inclusive sobre bancos que não cumprirem determinações ligadas às sanções. “O dia está sendo pautado pela decisão do ministro Flávio Dino, que repercutiu negativamente. Já havia incertezas fiscais e monetárias, agora temos também uma incerteza jurídica, o que é muito negativo”, afirmou Lucélia Freitas, especialista em câmbio da Manchester Investimentos. No exterior, o clima segue de cautela antes do discurso do chair do Federal Reserve, Jerome Powell, nesta sexta-feira, durante o simpósio de Jackson Hole. O mercado precifica uma alta probabilidade de cortes de juros já em setembro, segundo a LSEG, mas uma fala mais dura contra a inflação poderia mudar esse cenário. Relatórios recentes, como o de inflação ao produtor, sugerem que as tarifas comerciais impostas por Trump começam a pesar sobre a economia norte-americana, elevando preços e desacelerando a atividade. Para moedas emergentes, o petróleo em alta — em meio às discussões sobre o fim da guerra na Ucrânia — oferecia algum suporte, embora a commodity siga bastante volátil. (Com Reuters) |
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