O dólar comercial tem mais uma sessão de desvalorização frente ao real nesta sexta-feira (9), enquanto a Bolsa dispara mais de 1,6%, superando os 117 mil pontos. Dessa forma, na mínima do dia, a moeda americana bateu nos R$ 4,856, menor nível desde 8 de junho de 2022. Às 13h45, o dólar comercial operava com queda de 0,76%, cotado a R$ 4,886 na compra e a R$ 4,887 na venda. Os contratos de dólar futuro também cediam. O contrato cheio (DOLFUT) caia 0,93%, para 4.906 pontos, e o mini dólar (WDOFUT) recuava 0,99%, aos 4.905,50 pontos. O salto dos ativos locais vem sendo atribuído por analistas a visões mais construtivas em relação ao mercado interno, com desaceleração da inflação medida pelo IPCA e deflação nos IGP’s. No mais, os dados do PIB do primeiro trimestre mostraram uma atividade econômica mais forte. Além disso, há expectativa cada mais iminente de queda dos juros, o que deve acontecer no segundo semestre, dando fôlego à Bolsa e elevando o valor das ações de empresas focadas, sobretudo, no mercado interno. Juros menores impulsionam o Ibovespa, o que atrai estrangeiro, aumentando a demanda por moeda local. Leia também: No mais, parte da desvalorização desta sexta-feira do dólar frente ao real, no Brasil, vem de um ajuste às posições da véspera, quando os mercados aqui estavam fechados por conta de feriado. Ontem, sob expectativa de reunião do Fed, que deve pausar alta dos juros e à espera de dados de inflação nos EUA, que saem quarta e terça, respectivamente, o dólar index (DXY) recuou 0,71%. Hoje, o índice do dólar – que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas – subia 0,07%, a 103,390. Mais um fator para a queda do dólar frente ao real vem da agenda esvaziada, espremida entre o feriado e a sessão de ontem em NY, que foi de ganhos de 0,81% para os recibos de ações de empresas brasileiras (ADR’s). Dólar hoje: Fatores internos, externos e jurosPara Marcelo Morais, analista de investimento da Ouro Preto, o dólar na casa de R$ 4,85 está relacionado a dois fatores. Em primeiro lugar, diz ele, há o fator externo, após dados mais fracos do que o esperado no mercado de trabalho Americano, nos últimos dias, e uma perspectiva maior de o Fed pular, em junho, um possível alta dos juros.
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Em segundo lugar, acrescenta ele, está o cenário macroeconômico doméstico, que vem se consolidando positivamente, com o crescimento econômico surpreendendo positivamente, inflação com trajetória de queda, além de robusta balança comercial positiva. “Com isso, o real tem performado positivamente contra o dólar”, diz Moraes. Já Fabricio Gonçalvez, CEO da Box Asset Management, avalia que, apesar de o dólar ter operado em alta contra os principais pares de moedas no mundo, da cesta do DXY, desde a abertura do mercado futuro, no Brasil, pudemos observar que as moedas dos países emergentes estavam se apreciando face ao dólar. “No ranking dos países emergentes, o real liderou uma alta frente ao dólar, com analistas e investidores projetando um corte iminente na taxa básica de juros do Brasil”, avalia Gonçalvez. As apostas de corte dos juros estão claramente expressas nas curvas de juros futuros (DIs) de hoje, acrescenta ele. Os DIs com vencimentos em 2029 e 2031, mais atrelados à Bolsa, recuam, respectivamente, 0,64%, à taxa de 10,860%, e 0,54%, para 11,110%. “Os atuais indicadores econômicos divulgados recentemente também apontam uma melhora econômica e corroboram para uma queda nos juros e, por consequência, uma apreciação no câmbio do país”, conclui Gonçalvez. Guilherme Morais, da VG Research, acrescenta que vem ocorrendo um movimento geral de valorização das moedas dos países emergentes frente ao dólar. “O Brasil tem se destacado com um maior interesse de investidores estrangeiros no país, com inflação em queda e possibilidade de redução no juros”, pontua. Resultados comerciasGabriel Ribeiro, trader do Braza Bank, destaca que o dólar neste momento reflete uma série de fatores, como inflação enfraquecendo, previsão de início de queda de juros mais iminente, PIB crescendo por conta de um agronegócio forte e os bons resultados recentes no balanço de pagamentos. “Acho que estamos ganhando clareza no cenário pro segundo semestre e, por aqui, um corte de juros em agosto, ou setembro, ganha corpo. Também podemos notar um certo enfraquecimento no mercado externo, que favorece para o clima mais otimista dos brasileiros, impactando o dólar”, comenta . Na mesma linha, Roberto Motta, estrategista da Genial Investimentos, escreveu hoje em Morning Call que o real está se favorecendo da boa balança comercial neste ano, com o saldo em conta corrente superfavorável. “Continuo bastante construtivo para o real”, comentou. Motta também comentou que o a inflação ao produtor (PPI) na China ficou negativa em 4,6% em maio e que as commodities como petróleo e minério de ferro tem refletido isso. “A China vai exportar deflação para o mundo”, comentou. |
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