![]() Um importante evento para a JBS (JBSS3) está no radar dos investidores nesta sexta-feira (23). Nesta data, haverá a assembleia geral referente à proposta para ter as ações negociadas nos EUA. Vale ressaltar que uma contagem inicial dos votos dos acionistas da JBS (JBSS3), divulgada nesta quinta-feira, mostrou que uma pequena maioria se opõe à proposta da empresa de listar suas ações nos Estados Unidos, mas ainda há expectativa de que ocorra a aprovação. Em um comunicado ao mercado, a maior processadora de proteína animal do mundo divulgou um boletim de votação mostrando que cerca de 52% dos votos até agora se opuseram ao plano. A contagem preliminar ressaltou que a questão será decidida na reunião de acionistas na sexta, que tabulará os votos pendentes dos acionistas minoritários. As ações da JBS, que subiram mais de 30% desde meados de março, uma vez que analistas elogiaram as vantagens de uma listagem nos EUA, chegaram a subir mais 1% nas negociações da manhã desta quinta, mas depois devolveram os ganhos e passaram a alternar entre leves ganhos e perdas. Planos de listagem: o que muda?Os planos da JBS para a listagem nos EUA foram adiados várias vezes na última década, prejudicados por escândalos envolvendo os principais acionistas da empresa, os irmãos Joesley e Wesley Batista, bem como por preocupações sobre seus impactos ambientais e a transparência de suas metas climáticas. Desde que a SEC, a comissão de valores mobiliários dos Estados Unidos, deu sinal verde para a listagem em Nova York, no final de abril, grupos ambientalistas e políticos norte-americanos têm manifestado preocupações. O documento desta quinta-feira mostrou cerca de 271 milhões de votos contra a proposta de retirar as ações da bolsa de valores de São Paulo para criar uma listagem dupla EUA-Brasil por meio de uma entidade com sede na Holanda. A questão teve 246 milhões de votos a favor e mais de 3 milhões de abstenções. Em assembleia de acionistas na sexta-feira, a JBS espera tabular até 210 milhões de votos adicionais de acionistas minoritários, de acordo com uma pessoa familiarizada com o processo, que disse que esses votos podem mudar o resultado a favor do plano da empresa. Se a proposta for aprovada, as ações da JBS serão negociadas na Bolsa de Valores de Nova York e na Bolsa de Valores de São Paulo (B3) por meio de Brazilian Depositary Receipts (BDRs). A estrutura inclui ações Classe A, com direito a um voto por ação, e Classe B, com dez votos por ação. Recomendações recentes das empresas de consultoria Glass Lewis e Institutional Shareholder Services (ISS) lançaram novas dúvidas sobre a proposta. Ambas questionaram a estrutura da listagem, alertando que poderia acabar enfraquecendo os direitos dos acionistas minoritários. De acordo com a estrutura proposta, uma empresa sediada na Holanda emitirá ações Classe A, que serão negociadas publicamente, e ações Classe B, que terão 10 vezes mais poder de voto. Em um cenário potencial, os acionistas controladores da JBS poderiam ficar com 85% do poder de voto. A JBS defendeu a estrutura proposta, dizendo aos acionistas em uma carta que a ISS não havia reconhecido o valor estratégico dos acionistas controladores para alcançar uma posição de liderança no setor global de carnes. Dupla listagem é positiva?A Nord Research aponta que a JBS enviou uma carta aos acionistas defendendo a proposta, alegando que a dupla listagem poderia desbloquear valor para as ações e expandir sua capacidade de investimento. Além disso, a empresa informou que a proposta aumentará a transparência e fortalecerá a governança, atraindo uma base mais ampla de investidores com maior capacidade financeira. A medida também deve ampliar a flexibilidade para emissões de ações destinadas ao financiamento de oportunidades de crescimento e redução de alavancagem, além de possibilitar a diminuição do custo de capital, permitindo à companhia competir em condições mais equilibradas com seus pares globais. E se a listagem nos EUA não for aprovada, diante da valorização recente dos papéis da JBS, com a expectativa de dupla listagem, uma eventual desaprovação poderia pressionar as ações no curto prazo, avalia a Nord. (com Reuters) |
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