![]() O setor de commodities tem apresentado desempenho superior ao mercado no geral nas últimas semanas, aponta o UBS BB, impulsionado por um aumento no sentimento dos investidores e pela cobertura de posições vendidas. No entanto, o banco alerta que essa alta não reflete uma melhora significativa nos fundamentos econômicos, especialmente diante das incertezas geradas pela guerra comercial e pela desaceleração econômica global. Investidores locais, que estavam “subexpostos” ao setor, começaram a fazer uma rotação de recursos para commodities após a recente queda das ações domésticas brasileiras, motivada pela imposição de tarifas de 50% pelos EUA sobre produtos brasileiros. No acumulado do mês, CSN (CSNA3; +9,95%) e Vale (VALE3; +5,03%) aparecem entre as maiores altas do Ibovespa. Apesar disso, o UBS BB recomenda cautela e uma exposição seletiva, destacando que muitas ações do setor não devem superar a taxa livre de risco brasileira no segundo semestre. No segmento de minério de ferro, o UBS prevê que os preços, que recentemente se recuperaram para cerca de US$ 100 por tonelada, enfrentarão pressão devido ao aumento da oferta global e à queda na produção e consumo de aço, especialmente na China. Grandes projetos de expansão da produção devem adicionar mais de 200 milhões de toneladas ao mercado no segundo semestre, pressionando os preços para níveis próximos ao custo marginal de produção. Apesar do cenário desafiador, o banco mantém preferência pela Vale em relação às mineradoras australianas, embora adote uma postura cautelosa diante da pressão sobre os preços do minério. Assim, embora o sentimento tenha melhorado, os fundamentos para commodities e para o Brasil permanecem frágeis, e os investidores devem agir com prudência diante dos riscos crescentes no cenário global. Veja a visão do UBS BB para as commodities: Fundamentos fracos para 2S25; preferimos subponderação e exposição seletiva O UBS BB segue cauteloso com commodities em nível global. Os preços das commodities têm sido mistos desde o “Dia da Libertação” dos EUA em abril, com minério de ferro e petróleo caindo cerca de 5%, enquanto cobre e alumínio subiram ligeiramente (com as ações superando em geral suas commodities subjacentes). A demanda por commodities tem sido relativamente resiliente no acumulado do ano, impulsionada por antecipações industriais pré-tarifárias e estímulos chineses (subsídios comerciais, infraestrutura). “Contudo, acreditamos que esses fatores provavelmente irão se desfazer no segundo semestre, que também deve ser marcado por incertezas na guerra comercial e desaceleração econômica global. Os fundamentos da demanda devem se deteriorar amplamente, o que dificilmente está precificado até o momento (o cenário pessimista das tarifas pode voltar à mesa e os mercados parecem complacentes). Ainda não acreditamos ser o momento para um chamado ‘contrarian’ de alta e recomendamos que investidores comecem a buscar oportunidades pontuais em commodities”, avalia. O banco tem uma abordagem seletiva para construir posições ainda abaixo da média de mercado, com nomes como PRIO (PRIO3), Gerdau (GGBR4), Petrobras (PETR3;PETR4) e Suzano (SUZB3). Minério de ferro: excedente… gradualmente, depois de repente; preços devem continuar sob pressão Os preços se recuperaram nas últimas semanas, voltando a cerca de US$ 100 a tonelada. “No entanto, esperamos que essa alta seja de curta duração, pois os fundamentos continuam a se deteriorar”, aponta o banco. A oferta global aumentou cerca de 1% no acumulado do ano, enquanto a produção global de aço bruto caiu cerca de 1%, com a produção chinesa caindo 2%. No segundo semestre, o consumo de aço na China pode ser impactado pela desaceleração econômica, enquanto qualquer possibilidade de restrições na oferta de aço pode aumentar ainda mais a pressão sobre a demanda. No lado da oferta, há cinco grandes projetos que aumentarão a produção no segundo semestre de 2025, adicionando mais de 200 milhões de toneladas por ano de minério de ferro (Simandou, Onslow, Iron Bridge, Samarco, Mittal Liberia). “Antecipamos que esse excedente pressionará gradualmente os preços até níveis próximos ao custo marginal de produção, cerca de US$ 90/t. Apesar da Vale apresentar um ano operacional sólido, permaneceremos cautelosos com a ação devido à pressão negativa sobre o minério de ferro, mas ainda preferimos Vale em relação às australianas”, aponta. |
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