Uma pesquisa recente do Fórum Econômico Mundial mostrou que 22% dos empregos atuais deixarão de existir até 2030, abrindo uma nova fase dentro do mercado global de trabalho. Essas mudanças começaram a surgir na esteira das transformações aceleradas pelo avanço de novas tecnologias, mudanças climáticas e demográficas bem como pelas tensões geopolíticas. Neste novo cenário, a educação terá um papel essencial para fomentar o aumento da produtividade, preparando os trabalhadores para as novas realidades, segundo especialistas ouvidos pelo InfoMoney. “Esse é o momento ideal para que empresas, organizações e indivíduos foquem na capacitação contínua para se manterem relevantes no mercado”, diz a diretora de operações (COO) da Faculdade XP, Fernanda Tojeiro Campos. Para ela, o papel da educação será fundamental nessa transição, uma vez que os profissionais precisarão se requalificar para acompanhar as mudanças no mercado. Conhecimento em Inteligência Artificial (IA) e Big Data, por exemplo, estão no topo da lista das habilidades que mais crescem, segundo o Fórum. Mas Fernanda também acredita que além das hard skills, as competências comportamentais como pensamento criativo, resiliência, flexibilidade e agilidade continuam a ganhar importância. “São as chamadas people skills, ou habilidades comportamentais, que também interferem na produtividade”, explica. Sempre atentos às tendências do mercado, a Faculdade XP trabalha para preparar os alunos para esse futuro, segundo Campos. “No ano passado atualizamos o portfólio de pós-graduação para profissionais de tecnologia, dedicando 25% do conteúdo para a IA, além de contemplar 7 módulos completos de People Skills. Além disso, lançamos o MBA Executivo em Inteligência Artificial focado para a formação de lideranças não técnicas que precisam se preparar para esse momento.” ProdutividadeLuis Fernando Conduta, coordenador do curso de MBA Executivo com ênfase em IA da Faculdade XP, acredita que o incentivo a novas profissões pode ser definitivo para aumentar a produtividade no Brasil. “A formação de profissionais aptos para lidar com inovações tecnológicas é crucial para solucionar problemas complexos e promover inovações que beneficiem toda a cadeia produtiva como um todo”, disse. Segundo o coordenador, para fomentar os ganhos de competitividade no Brasil é essencial que se amplie também o acesso a estes cursos que abordam análise de dados, inteligência artificial e metodologias ágeis. “O incentivo a novas profissões pode ajudar a preparar profissionais para um mercado em constante transformação, além de consolidar um ecossistema onde inovação, eficiência e empreendedorismo, que caminham juntos, fortalecendo não apenas o desenvolvimento individual, mas também a produtividade e competitividade do Brasil no cenário internacional”, afirma Conduta. Saiba mais sobre o relatório do Fórum EconômicoO “Future of Jobs Report 2025” reuniu a experiência de mais de mil empresas globais, que respondem por mais de 14 milhões de empregos em 22 grupos industriais e 55 economias de todo o mundo. O objetivo foi examinar como as macrotendências impactam empregos e habilidades, bem como quais serão as estratégias de transformação da força de trabalho que esses empregadores irão embarcar para responder a tudo isso ao longo do período de 2025 a 2030. Os principais dados do levantamento mostram que as transformações estruturais irão destruir pelo menos 22% dos empregos que existem hoje entre 2025 a 2030. Por outro lado, as mudanças irão implicar na criação de outros 14% em empregos, totalizando 170 milhões de empregos. Leia Mais: 22% dos empregos devem sumir até 2030, diz estudo do Fórum Econômico Mundial No entanto, espera-se que esse crescimento seja compensado pelo deslocamento do equivalente a 8% (ou 92 milhões) dos empregos atuais, resultando em um crescimento líquido de 7% do emprego total, ou 78 milhões de empregos. Com um mundo cada vez mais digital, 60% dos entrevistados acreditam que o acesso às novas tecnologias transformará de vez seus negócios até 2030. Cerca de 86% acreditam que os maiores avanços virão de tecnologias como a Inteligência Artificial e o processamento de informações. Já para 58% a robótica e a automação também serão decisivas. Mas 41% também aposta na geração, armazenamento e distribuição de energia para suportar todos essas mudanças. Tudo isso deve ter um efeito importante na geração de novos empregos, impulsionando algumas funções e colocando em declínio tantas outras. Mas uma coisa é certa, segundo os empregadores, haverá muita demanda por habilidades relacionadas à tecnologia, incluindo IA e big data, redes, segurança cibernética, bem como alfabetização tecnológica. Outros destaquesOutra grande ponta criadora de novos empregos será a preocupação com as mudanças climáticas A transição verde é vista como prioridade por mais de 40% dos empregadores. Isso já está impulsionando a demanda por funções como engenheiros de energia renovável, engenheiros ambientais e especialistas em veículos elétricos e autônomos, listados entre os 15 empregos de crescimento mais rápido. O estudo mostra ainda o crescimento de profissões relacionadas aos cuidados pessoais, como enfermagem, em função do envelhecimento das populações nos países ricos. Já a educação é destaque para aqueles países mais pobres onde a população ainda está crescendo. As tensões geopolíticas também devem ser decisivas para o mercado de trabalho, segundo 23% dos empreendedores globais. As restrições ao comércio e investimentos deve influenciar a demanda não só por funções ligadas à segurança física como também para segurança cibernética. |
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