![]() “No dia em que a criança nasce, começa a educação financeira.” É o que afirma Thiago Godoy, mais conhecido como Papai Financeiro, educador financeiro com mais de 11 anos de experiência e autor do best-seller Emoções Financeiras. Thiago traz uma visão sobre como a formação financeira dos filhos começa no ambiente familiar desde o berço. Ele explica que as crianças assimilam muito do ambiente familiar em que vivem e que os pais têm um papel fundamental para criar um círculo saudável que transforme a responsabilidade financeira em aprendizado efetivo. “A criança absorve o contexto de tudo o que acontece ao seu redor, especialmente dentro do ambiente familiar, pois é a energia da casa que ela capta primeiro. A forma como os pais lidam com diversas situações, inclusive com o dinheiro, serve de exemplo para ela”, explica no segundo episódio da nova temporada do videocast Zona Segura, da MAG Seguros.
Deixe errar para aprenderNa perspectiva de Thiago, hoje existe uma superproteção por parte dos pais, que não querem que seus filhos trabalhem em empregos considerados inferiores ou que saiam das universidades ocupando altos cargos em grandes empresas. Ele defende, contudo, a importância de permitir que os filhos enfrentem desafios para reconhecerem que foram capazes de superar obstáculos e avançar em sua jornada. Leia também: Não falar de dívida pode gerar conflito e até desfazer relações, diz Papai Financeiro “O filho precisa enfrentar desafios, tentar, errar, voltar, falhar, persistir e insistir, reconhecendo que foi capaz de sair de um lugar e chegar em outro”, afirma. Segundo ele, a autonomia para errar, desde que acompanhada pelos pais, forma a autoeficácia e a capacidade do filho de tomar decisões financeiras conscientes no futuro.
![]() Dicas para estruturar a mesadaContrariando a ideia de que educação financeira é somente ensinar a criança a não gastar ou a poupar, Thiago destaca que a palavra-chave deve ser liberdade de escolha e responsabilidade pela causa e consequência das decisões. “Tem muitos pais também que se perdem no ‘não’ constante, o que pode ser prejudicial. E tem muitos que falam muito ‘sim’, que piora a situação, porque transforma o filho num pidão, em alguém que exige tudo o tempo todo”, diz. Nesse sentido, Thiago recomenda a mesada, ou até mesmo a semanada, para que o filho tenha liberdade de fazer suas próprias escolhas sem precisar pedir dinheiro constantemente. Ou seja, é fundamental que a criança saiba que a escolha de gastar ou poupar é dela. Leia mais: Quero investir no futuro educacional dos meus filhos: por onde começar? Ele sugere que a mesada comece por volta dos 11 ou 12 anos, com um compromisso que dure até os 18 anos, pelo menos. Segundo o papai financeiro, é importante que o valor da mesada seja calculado para suprir as necessidades econômicas da criança e do adolescente, levando em conta a capacidade financeira da família. Além disso, Thiago recomenda que os pais proponham um desafio: se o filho conseguir poupar um determinado valor durante um período, como um ano, os pais se comprometem a dobrar a quantia poupada. “Isso é muito interessante porque a criança passa a ter a noção de que seu esforço traz uma recompensa maior no futuro, fortalecendo a sensação de autoeficácia”, afirma. Leia também: Inventário é só para ricos? Saiba quanto custa e como se preparar O desafio do longo prazoThiago explica que nosso cérebro não foi feito para pensar no longo prazo, mas sim focado no curto prazo para preservar a sobrevivência. “As pessoas tomam decisões focadas no benefício imediato o tempo todo. Quando você abre mão de algo que traz prazer agora para conquistar um benefício no futuro, está fazendo uma escolha que vai te trazer ganhos”, afirma.
Por isso, segundo Thiago, ensinar a criança desde cedo que poupar pode trazer benefícios posteriores cria uma base sólida para a responsabilidade financeira, reforçando o autocontrole e a consciência sobre o valor do dinheiro. |
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