![]() A quase um ano e meio das eleições presidenciais no Brasil, o efeito que a queda de popularidade do governo Lula pode ter sobre o pleito e sobre a política econômica já está sendo precificado pelo mercado financeiro. É uma antecipação e tanto, já que, tradicionalmente, esse efeito só é visto cinco meses antes do pleito, apontou David Becker, executivo da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais). “Historicamente, em ciclos anteriores, as eleições faziam preço em maio do ano eleitoral. Mas é obvio que neste ano as pesquisas de popularidade já estão impactando os preços”, comentou o executivo durante almoço da entidade com jornalistas. “Mas está muito distante ainda, muita coisa pode acontecer. É muito difícil operar eleições neste momento”, completou ele, que também é chefe de economia e estratégia do Bank of America. Ele explicou que a discussão do mercado é sobre qual política econômica será implementada pelo próximo governo. “Como o ciclo econômico pode afetar a política fiscal no curto ou médio prazo, usa-se o político para pensar a condução da polítca econômica”, explicou. De acordo com ele, os investidores lá fora exageraram no pessimismo em relação aos mercados emergentes, incluindo o Brasil, e isso vem sendo corrigido com a recuperação da Bolsa e queda do dólar neste ano. “2024 foi um ano bom para a economia e ruim para mercados. Neste ano, teremos uma economia desacelerando e um ano melhor para os preços”, resumiu. Seca de IPOs Durante o almoço com jornalistas, o presidente da Anbima, Carlos André, afirmou que 2025 será, a princípio, novamente caracterizado pela ausência de IPOs. Isso por causa da taxa básica de juros elevada – a projeção do mercado é que a Selic finalizará o ano em 15% ao ano. Esse cenário pode mudar caso haja melhora no mercado de ações precipitada pela percepção de estrangeiros sobre o Brasil, já que a Bolsa está bastante desvalorizada. |
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