O mercado de ETFs (fundos de índice) de Wall Street, avaliado em US$ 7 bilhões, está causando dor de cabeça nos emissores: cerca de 50% dos produtos de investimento registram prejuízo. De acordo com levantamento do Citigroup, entre um terço e a metade dos mais de 3.300 ETFs listados nos EUA provavelmente não conseguirão cobrir seus custos operacionais anuais. O número pressupõe que os fundos tenham entre US$ 200 mil e US$ 350 mil em custos fixos, com até 0,075% em custos variáveis. Trata-se de uma consequência nefasta da guerra de taxas de administração aparentemente interminável da indústria de ETFs. As fatias dos ganhos de ETFs voltadas para despesas caíram em todas as classes de ativos, à medida que os emissores competem por território em um mercado cada vez mais saturado, com empresas como BlackRock, Vanguard e State Street Global Advisors liderando o movimento. Embora a redução nos custos para investidores seja benéfico para quem compra os produtos, a corrida ameaça espremer os gestores de ativos que dirigem os fundos. “Em uma indústria em maturação, ainda há lucros, mas o sucesso não é necessariamente generalizado”, escreveram analistas do Citi. “Normalmente, estratégias com taxas mais altas tendem a ter percentuais maiores de cobertura de custos operacionais ou de ganho de taxas mais significativas para o emissor.” Leia mais: • Seguro residencial dispara nos EUA e aumenta custo de casa lá fora. A culpa? É do clima Embora taxas mais elevadas signifiquem lucros mais elevados, os emitentes estão dispostos a sacrificar margens para atrair aportes. Por exemplo, quando a State Street reduziu para metade a taxa do ETF SPDR Portfolio High Yield Bond (SPHY), com US$ 2 bilhões sob gestão, para 0,05% em agosto, o produto captou mais de US$ 600 milhões – o maior ganho mensal da história do fundo. Essa preferência levou a uma onda de cortes de taxas de administração por parte de alguns dos maiores gestores de ativos nos últimos anos. No mês passado, a Schwab Asset Management reduziu os custos para investidores de todos os seus ETFs de renda fixa para apenas 0,03%. Em agosto, a State Street reduziu o custo do SPDR Portfolio S&P 500 ETF (SPLG), de de US$ 19 bilhões, para 0,02%, abaixo do cobrado por BlackRock e Vanguard. Mesmo com bilhões de dólares sob gestão, é difícil ganhar dinheiro com um percentual tão baixo de taxa de administração. Levantamento da Bloomberg Intelligence mostra que 60% dos ETFs nos EUA têm taxas de 0,1% ou menos, mas respondem por apenas 19% da receita estimada para a indústria. Em comparação, os ETF com custos maiores, de 0,5% ou mais, geram 30% das receitas da indústria, apesar de representarem 8% dos ativos. Para a maioria dos emissores, isso significa que o lançamento de um produto “apimentado” – como fundos temáticos ou ETFs de gestão ativa, que tendem a cobrar taxas mais altas – é necessário para compensar perdas potenciais de outras opções menos rentáveis, de acordo com o analista Athanasios Psarofagis, da Bloomberg Intelligence. . “Você precisa de produtos ‘malucos’ para pagar as contas”, disse o analista da ETF Psarofagis. “As luzes têm que permanecer acesas.” © 2023 Bloomberg L.P. Newsletter Quer aprender a investir – e lucrar – no exterior? Inscreva-se na newsletter do InfoMoney para receber informações sobre tributação, procedimentos de envio e sugestões de alocação para seu dinheiro lá fora. É de graça! |
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