A quarta-feira (4) foi marcada pelo primeiro dos três importantes dados do mercado de trabalho dos Estados Unidos (EUA) divulgados nesta semana. O relatório Jolts, que apresenta a abertura de postos de trabalho dos setores não-agrícolas nos EUA, apresentou ligeiro recuo entre junho e julho, 7,910 milhões para 7,673 milhões. Os índices de Nova York reagiram com leve queda, em um pregão considerado instável. Além dos dados divulgados, comentários de um membro do Federal Reserve (banco central dos EUA), Raphael Bostic, sinalizaram que o corte de juros está próximo. “Não devemos manter uma postura restritiva por muito tempo”, disse Bostic em um ensaio publicado no site do banco regional. Esperar até que a inflação tenha de fato caído para a meta de 2% do Fed antes de reduzir os custos dos empréstimos “arriscaria interrupções no mercado de trabalho que poderiam infligir dor e sofrimento desnecessários”, disse ele. As autoridades do Federal Reserve estão cada vez mais atentas ao mercado de trabalho dos Estados Unidos enquanto se preparam para a reunião de política monetária deste mês, quando sua avaliação do setor será fundamental para determinar o tamanho do corte da taxa de juros que farão. Analistas esperam de forma geral que o Fed se atenha a uma redução de 0,25 ponto percentual já que os empregadores continuaram a contratar, embora em um ritmo mais lento do que antes, e com a taxa de desemprego em alta mas ainda em um nível relativamente baixo de 4,3%. Porém, os dados do Jolts, que demonstraram queda para o nível mais baixo em três anos e meio, podem aumentar a sensação de que o mercado de trabalho pode estar se aproximando de um ponto de inflexão, podendo reforçar os argumentos a favor de um corte maior nos juros. A relação entre vagas em aberto e candidatos – que o chair do Fed, Jerome Powell, e outros banqueiros centrais dos EUA disseram acompanhar de perto – está agora abaixo da média pré-pandemia. Após o relatório, os mercados financeiros aumentaram as apostas em um corte maior dos juros na reunião do Fed de 17 e 18 de setembro. Os futuros agora apontam que um corte de 0,5 ponto percentual é quase tão provável quanto um corte de 0,25 ponto. “O relatório sugere que o mercado de trabalho está esfriando e que o ritmo de esfriamento pode estar acelerando”, escreveu a economista-chefe da ZipRecruiter, Julia Pollak, que faz parte da minoria de analistas que acham que o Fed deveria ter começado a cortar os juros em julho. Por sua vez, as autoridades do Fed disseram que esperam que o próximo relatório mensal de empregos, a ser publicado na sexta-feira, e os dados do índice de preços ao consumidor de agosto, na próxima semana, direcionem seu julgamento sobre a próxima decisão de política monetária. Antes disso, nesta quinta-feira, será divulgado o relatório ADP, que traz dados sobre abertura de vagas no mercado privado, e os pedidos de auxílio-desemprego. Por aqui, na agenda de indicadores, haverá a divulgação do resultado do Governo Central, com previsão de déficit de R$ 8,8 bilhões, e da balança comercial, com projeção de aumento de US$ 6,1 bilhões. O que vai mexer com o mercado nesta 4ªAgendaNesta quarta-feira, o ministro Fernando Haddad se reunirá com o presidente-executivo da Associação Brasileira da Indústria Química, André Cordeiro, às 11h, e com Gustavo Ribeiro, Presidente da Associação Brasileira de Planos de Saúde (ABRAMGE), às 15h. Na diretoria do Banco Central, apenas Diogo Guillen terá compromisso público, em palestra no Global Emerging Markets One-on-One Conference, organizado pelo UBS, às 13h. Brasil 14 – Governo central de julho 15h – Balança comercial EUA 9h15 – Emprego privado (ADP) 9h30 – Auxílio-desemprego 10h45 – PMI de serviços (final 11h – ISM de serviços 12h – Estoques de petróleo (AIE) Mercados InternacionaisOs índices futuros dos EUA operam com ligeira alta nesta quinta-feira (5), à medida que os ativos de risco parecem recuperar o ímpeto após um começo de setembro difícil. A atenção se volta para os dados de pedidos de auxílio-desemprego de hoje e os relatórios de folha de pagamento não agrícola (payroll) de sexta-feira para avaliar se a economia dos EUA está caminhando para um pouso suave enquanto o Fed se prepara para começar a cortar a taxa de juros. STF x Elon MuskO bilionário Elon Musk, dono do X (antigo Twitter), voltou a utilizar a plataforma – cujo acesso foi bloqueado no Brasil – para atacar o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou a suspensão da rede social no país. Em mensagens publicadas em sua conta oficial no X, nesta quarta-feira (4), Musk chamou Moraes de “criminoso”, ao comentar uma postagem feita por um usuário da rede. “Ele [Moraes] é um criminoso fazendo cosplay de juiz”, escreveu o bilionário. Motivação políticaA maioria dos brasileiros acredita que a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes de suspender o X no Brasil teve motivação, e quase dois terços discordam da multa imposta de R$ 50 mil para quem tentar acessar a rede social via VPN, segundo levantamento da Atlas. EconomiaSabatina de GalípoloO presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), afirmou nesta quarta-feira que o plenário da Casa irá votar a indicação de Gabriel Galípolo para a presidência do Banco Central em 8 de outubro, dois dias depois do primeiro turno das eleições municipais. A sabatina do indicado na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) da Casa, etapa anterior à análise do nome em plenário, ainda não tem nada definida. “Gostaria de comunicar que estamos encaminhando a mensagem à CAE, ficará a cargo do senador Vanderlan a data da sabatina”, anunciou o presidente em plenário, referindo-se ao presidente da comissão, senador Vanderlan Cardoso (PSD-GO). “E da parte da presidência do Senado gostaria de deixar, desde já, definida a data para a apreciação do plenário após a CAE, que é a data de 8 de outubro, após as eleições (municipais)”, acrescentou. Galípolo gabaritadoO ministro da Fazenda, Fernando Haddad, avaliou nesta quarta-feira que o diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, está gabaritado para assumir a presidência da autoridade monetária, elogiando sua transição pelo mundo da política e do mercado financeiro. “(Galípolo) é uma pessoa que, na minha opinião, está muito gabaritada para assumir a presidência do Banco Central. Ele se dá bem com todos os diretores e se dá bem com o presidente Roberto Campos Neto”, disse Haddad em entrevista à GloboNews. O ministro argumentou ainda que o período de Galípolo como diretor do BC permitiu que ele conhecesse internamente a instituição, acrescentando que o indicado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao comando da autarquia é “uma pessoa de muito fácil trato e muito sociável”. Galípolo ocupou o cargo de secretário-executivo do Ministério da Fazenda desde o início do atual mandato de Lula até junho do ano passado, quando foi nomeado para assumir a diretoria de Política Monetária do BC.
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