As ações de empresas de concessão pública de energia e saneamento (ou as conhecidas utilities) subiram 7% desde que as taxas reais brasileiras atingiram o pico em 1º de julho, a 6,52% (com queda de 60 pontos-base, ou bps, desde então). Os analistas distinguiram o recente desempenho entre fatores macro e micro, comparando o desempenho das ações em relação a: 1) taxas livres de risco, 2) fluxo de caixa, 3) beta (indicador de volatilidade em relação ao mercado) e 4) prêmio de risco de ações, ou o chamado “ERP”. As exceções micro – de alta e de baixa – apontadas pelos analistas do banco foram: Sabesp (SBSP3), Isa Cteep (TRPL4), Auren (AURE3) e Cemig (CMIG4). Entre as altas, no caso da Sabesp (+20% de alfa, indicador de rentabilidade que mede o excesso de retorno em relação à referência, ou -150 bps de ERP), boa parte da alta vem explicada pelo seu processo de privatização. Já para a Cemig (+7% de alfa ou -120 bps de ERP), o movimento ocorre com expectativas crescentes sobre dividendos. No caso das baixas, para Isa Cteep (-12% de desempenho inferior ou +150 bps de ERP), provavelmente o movimento foi impulsionado por uma recente oferta secundária de R$ 2 bilhões (com venda de ações pela Eletrobras). A Auren (-11% de desempenho inferior ou +140 bps de ERP) teve seu desempenho provavelmente afetado pelas preocupações sobre a aquisição da AES (AESB3). Os analistas do BofA ainda fizeram uma triagem de ações para riscos de alta e baixa em relação ao movimento recente, com duas visões de alta e baixa com base nos valuations atuais e fatores micro. Para alta, os analistas gostam de: 1) Eletrobras (ELET3) (14% de Taxa Interna de Retorno, ou TIR, real), para a qual vê riscos de alta nos lucros e possível compressão do prêmio de risco e 2) Copel (CPLE6) (12% de TIR real), com riscos de alta nos dividendos. Para baixa, veem: 1) Auren (8% de TIR real) negociando com um prêmio de risco apertado em relação à alta alavancagem e risco de execução após a aquisição da AES e 2) Isa Cteep (7,5% de TIR real) com valuation elevado. O banco vê impactos limitados de outros fatores setoriais porque: 1) os preços de energia aumentaram 30% para 2024, mas a visão é de alta de menos de 5% a partir de 2025 e 2) cerca de 80% das empresas apresentaram resultados do 2T em linha. |
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