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Segurança

Entregador é baleado por policial penal que se recusou a descer para buscar lanche

- 30/08/2025 6 Visualizações 6 Pessoas viram 0 Comentários
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Um policial penal baleou um entregador de aplicativo durante uma entrega na noite de sexta-feira (29), em Jacarepaguá, Zona Oeste do Rio de Janeiro. O disparo, registrado em vídeo pela própria vítima, ocorreu após uma discussão no portão de um condomínio localizado na Rua Carlos Palut.

O entregador Valério de Souza Junior relatou que o conflito começou quando pediu ao cliente que descesse para retirar o pedido, seguindo o procedimento indicado pela plataforma. O homem, identificado como o policial penal José Rodrigo da Silva Ferrarini, insistiu que a entrega fosse feita na porta de seu apartamento. Nas imagens, é possível ouvir o momento em que, durante o desentendimento, o agente saca a arma e dispara contra o pé do trabalhador.

Logo após ser atingido, Valério pede socorro a moradores do condomínio e afirma que foi baleado por não ter aceitado subir até o apartamento. Ele foi encaminhado ao Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, onde recebeu atendimento e permanece em estado estável.

Investigação em andamento

O caso foi registrado na 32ª DP (Taquara). A Polícia Civil recolheu a arma do policial para perícia e encaminhou a vítima para exame de corpo de delito. Testemunhas também prestaram depoimento, e outras diligências estão em curso para esclarecer o episódio.

Em nota, a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) confirmou que Ferrarini é servidor ativo, mas ressaltou que a conduta atribuída ao policial ocorreu fora do exercício de suas funções. A Corregedoria da pasta informou que acompanha o caso junto à polícia.

Repercussão e protesto

A situação gerou forte mobilização entre entregadores. No início da tarde deste sábado (30), colegas de profissão realizaram um protesto em frente ao condomínio onde ocorreu o disparo. Nas redes sociais, o líder de diálogo do iFood, Johnny Borges, prestou solidariedade a Valério e garantiu apoio jurídico e psicológico ao trabalhador.
Posição do iFood.

A empresa divulgou nota oficial condenando o episódio e reforçando sua política contra violência e discriminação. O texto também relembra que a recomendação aos clientes é descer até a portaria para receber os pedidos, como previsto na campanha “Bora Descer”, lançada no Rio em 2024.

Nota do iFood

O iFood não tolera qualquer tipo de violência contra entregadores parceiros e lamenta muito o acontecido com o entregador Valério de Souza Junior. A empresa conta com uma Política de Combate à Discriminação e à Violência para oferecer a todos um ambiente ético, seguro e livre de qualquer forma de violação de direitos. Quando as regras são descumpridas, são aplicadas sanções que podem ir desde advertências até o banimento da plataforma.

O iFood esclarece também que a obrigação do entregador é deixar o pedido no primeiro ponto de contato, seja o portão da casa ou a portaria do prédio. Essa é a recomendação passada aos entregadores e aos consumidores. Em 2024, a empresa lançou no Rio de Janeiro a campanha Bora Descer, que tem o objetivo de incentivar os clientes a irem até a portaria de seus condomínios para receber os pedidos de delivery, como forma de respeito aos entregadores.

O iFood vai disponibilizar ao entregador Valério os serviços da Central de Apoio Jurídico e Psicológico, oferecido em parceria com a organização de advogadas negras Black Sisters in Law, garantindo acesso à justiça e assistência emocional ao parceiro. A empresa está à disposição das autoridades para colaborar no que for necessário. Esperamos que o caso não fique impune e que Valério Junior se recupere rapidamente.




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