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Economia

Equipe econômica de Trump é um espelho de sua agenda protecionista e de desregulação

- 20/01/2025 2 Visualizações 2 Pessoas viram 0 Comentários
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As escolhas de Donald Trump para sua equipe econômica, ou para áreas que vão exercer influência sobre a economia, estão totalmente alinhadas à estratégia apresentada pelo novo presidente dos Estados Unidos na campanha eleitoral de 2024.

Política comercial agressiva, por meio de imposição de tarifas, redução de impostos, e forte desregulação sobre empresas e mercados são políticas que esses nomes têm defendido nos últimos anos.

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Veja abaixo uma lista dos principais colaboradores de Trump na área econômica. Alguns deles ainda precisam ser aprovados pelo Senado, mas o aval é considerado praticamente certo nesse início de governo.

Marco Rubio – secretário de Estado

Marco Rubio é um senador nascido na Flórida que sempre defendeu uma política externa agressiva em relação aos “inimigos” geopolíticos dos EUA, incluindo China, Irã e Cuba.

Nos últimos anos, ele suavizou algumas de suas posições para se alinhar com as opiniões de Trump. Lembrando que, além da política comercial, o presidente vai exigir de Rubio uma política externa menos intervencionista do ponto de vista militar.

Na semana passada, numa audiência no Senado, Rubio disse que a China é o “o adversário mais poderoso e mais perigoso” de todos os que os Estados Unidos já enfrentaram, por possuir “elementos que a União Soviética nunca teve”.

Enquanto senador pela Flórida, ele alertava sempre que possível sobre a forte influência chinesa na América Latina. Ele também disse que a Venezuela tem um regime ditatorial ligado ao narcotráfico e que Cuba deve voltara a ser considerado como um país que promove o terrorismo.

Howard Lutnick – secretário de Comércio

Howard Lutnick é presidente e CEO do banco de investimento de Wall Street Cantor Fitzgerald. Ele serviu como co-presidente na equipe de transição de Trump e desempenhou um grande papel na escolha do resto da equipe econômica proposta pelo governo.

Lutnick é um grande apoiador do plano de Trump para aumentar as tarifas sobre produtos estrangeiros. Ele também é um defensor das criptomoedas e já recomendou especificamente a moeda digital Tether, que está sob investigação federal por supostamente facilitar pagamentos a traficantes de drogas e terroristas.

Lutnick já foi acusado de explorar sua posição como co-presidente do comitê de transição de Trump para promover seus interesses comerciais privados, uma acusação que ele negou.

Jamieson Greer – representante comercial dos EUA

Jamieson Greer já foi chefe de gabinete do representante comercial Robert Lighthizer durante o primeiro mandato de Trump. Na época, a administração implementou tarifas generalizadas sobre a China e outros países, bem como assinou o Acordo EUA-México-Canadá.

Ele será o principal conselheiro e negociador de Trump sobre comércio internacional. “Jamieson concentrará o Escritório do Representante de Comércio dos EUA com as tarefas de conter o enorme déficit comercial do país, defender a manufatura, a agricultura e os serviços americanos e abrir os mercados de exportação em todos os lugares”, disse Trump em um comunicado no ano passado.

Scott Bessent – secretário do Tesouro

Scott Bessent, um bilionário gestor de fundos de hedge, é um dos maiores defensores de um plano para cortar o déficit orçamentário federal anual em mais da metade, ou cerca de US$ 1 trilhão, nos próximos quatro anos.

Ele é contrário a aumentar os impostos sobre bilionários ou sobre as grandes corporações. Assim, acredita-se que seriam cortados serviços públicos essenciais como da Previdência Social, Medicare, Medicaid, outros programas de saúde, habitação e educação.

O The New York Times lembra que ele ganhou notoriedade na década de 1990 apostando contra a libra esterlina e ganhando US$ 1 bilhão para sua empresa, a Soros Fund Management.

Conforme o jornal, como conselheiro da campanha de Trump, Bessent promoveu um plano 3-3-3 que envolve aumentar o crescimento para 3%, reduzir o déficit orçamentário para 3% do Produto Interno Bruto (PIB) e aumentar a produção de energia dos EUA em três milhões de barris de petróleo por dia, ou o equivalente em outros combustíveis.

Paul Atkins – presidente da Comissão de Valores Mobiliários (SEC)

Paul Atkins é bilionário e é um grande defensor das criptomoedas. Já atuou anteriormente como comissário da SEC, ocasião quando pressionou por uma menor regulamentação das corporações e mercados. Atkins é um crítico da agência da SEC que supervisiona a auditoria das finanças corporativas.

Kelly Loeffler – administradora da Small Business Administration (SBA)

Segundo Trump, a senadora pela Geórgia foi escolhida para o cargo por sua experiência em negócios e terá como  missão reduzir a burocracia e liberar oportunidades que a pequenas empresas cresçam, inovem e prosperem. Ou seja, também está na cartilha da desregulamentação.

Loeffler foi co-proprietária da equipe de basquete feminino Atlanta Dream. Ela também atuou por 16 anos como diretora de comunicações e marketing e como chefe de relações com investidores da Intercontinental Exchange, uma empresa que comercializa futuros e derivativos no mercado de balcão.

Kevin Hassett – presidente do Conselho de Assessores Econômicos da Casa Branca

Trump chamou de volta Kevin Hassett para presidir o Conselho de Assessores Econômicos (NEC) da Casa Branca, função que ele ocupou de 2017 a 2019. Ele é um economista reconhecido por seu trabalho em política tributária.

O conselho comanda os debates sobre praticamente todos os tópicos econômicos, desde impostos e comércio até abuso de substâncias e desregulamentação.

Enquanto estava na Casa Branca, Hassett foi o principal porta-voz público da Casa Branca sobre política econômica e estado da economia, aparecendo regularmente em entrevistas na Fox, Fox Business, CNBC, MSNBC, Bloomberg e CNN, entre outras. 

Durante o primeiro mandato de Trump, Hassett irritou alguns ativistas conservadores que estavam descontentes com suas opiniões favoráveis a mais imigração.

Russell Vought – Escritório de Administração e Orçamento

Com experiência nessa área no Congresso, Vought terá como trabalho definir as prioridades de gastos do governo e determinar se as agências federais estão se comportando de acordo com as políticas do presidente.

Ele é considerado figura importante no Projeto 2025, um esforço de organizações conservadoras para construir um plano de governo para Trump, que incluiu transformar todo o  processo regulatório do país.

Elon Musk – Departamento de Eficiência Governamental (Doge)

Donald Trump nomeou ainda no ano passado Elon Musk, o bilionário dono da Tesla, do X e da SpaceX, como chefe do Departamento de Eficiência Governamental (Doge, na sigla em inglês), uma agência com o objetivo de reduzir os gastos do governo e simplificar regulamentações.

Embora o Doge tenha o apoio claro de Trump e tenha a palavra “departamento” em seu nome, ele não é um departamento oficial do governo americano – até porque precisaria ser criado por um ato do Congresso, possuir um orçamento e administrar funcionários públicos. Na verdade, ele vai operar como um órgão consultivo, administrado tanto por Musk quando por Vivek Ramaswamy, outro magnata da tecnologia que foi pré-candidato republicano, mas que desistiu para apoiar Trump.




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