Os Estados Unidos planejam começar a revogar vistos de estudantes chineses, disse o secretário de Estado Marco Rubio, intensificando a iniciativa do governo Trump de aumentar o controle sobre estrangeiros que frequentam universidades americanas.

Rubio afirmou, em comunicado, que os estudantes afetados incluirão “aqueles com ligações ao Partido Comunista Chinês ou que estejam estudando em áreas críticas”. Os EUA também vão reforçar a análise “de todos os futuros pedidos de visto da República Popular da China e de Hong Kong”, acrescentou.

A China foi o segundo país com mais estudantes nos EUA em 2024, atrás da Índia.

A medida foi anunciada um dia após Rubio ordenar que embaixadas americanas ao redor do mundo deixassem de agendar entrevistas para vistos de estudante, enquanto o governo avalia uma triagem mais rigorosa dos perfis em redes sociais dos candidatos. Trata-se de mais um esforço do presidente Donald Trump para restringir a entrada de estudantes estrangeiros em escolas americanas, com o argumento de que eles podem representar ameaça à segurança nacional dos EUA.

A Casa Branca tem travado uma batalha com universidades, que começou com foco em instituições de elite como Harvard e Columbia, sob acusações de antissemitismo. A ofensiva se ampliou para um ataque mais abrangente ao papel do ensino superior nos EUA e à presença de estudantes estrangeiros, cuja mensalidade é fonte importante de receita para instituições em todo o país.

Mais cedo, nesta quarta-feira (28), Trump declarou que Harvard deveria limitar a presença de estudantes estrangeiros a 15%, intensificando sua campanha por mudanças políticas na instituição de elite.

Estudantes internacionais representaram 5,9% da população total do ensino superior nos EUA, estimada em quase 19 milhões. No ano letivo de 2023-2024, mais de 1,1 milhão de estudantes estrangeiros vieram para os EUA, com Índia e China respondendo por cerca da metade, segundo o Instituto de Educação Internacional.

O número de estudantes chineses nos EUA tem diminuído — caiu 4%, para cerca de 277 mil em 2024 — em meio ao aumento das tensões entre os dois países. O FBI alertou que a China tenta explorar “a cultura profundamente enraizada e vital de colaboração e abertura nos campi universitários americanos”.

O Departamento de Estado também está endurecendo as regras para estrangeiros que buscam entrar nos EUA de maneira mais ampla, como parte da ofensiva de Trump contra a imigração. Mais cedo, nesta quarta-feira, Rubio anunciou restrições de visto a autoridades e indivíduos estrangeiros que “censuram americanos”, incluindo aqueles que miram empresas de tecnologia dos EUA.

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