IMG-LOGO
Economia

EUA: emissoras públicas devem perder financiamento federal após Senado aprovar cortes

- 17/07/2025 2 Visualizações 2 Pessoas viram 0 Comentários
image 1

Os republicanos estão prestes a vencer sua longa batalha para acabar com o financiamento federal para a radiodifusão pública, depois que o Senado aprovou um pacote de cortes de US$ 9 bilhões derivados do esforço do Departamento de Eficiência Governamental (DOGE), liderado por Elon Musk.

O Senado votou 51 a 48 para aprovar os cortes na Public Broadcasting Service (PBS), na National Public Radio (NPR) e uma série de auxílios internacionais. Duas republicanas — Susan Collins, do Maine, e Lisa Murkowski, do Alasca — votaram contra.

O resultado foi uma grande vitória para a Casa Branca e demonstra que o esforço de corte de custos do DOGE está vivo, mesmo após a desavença pública entre Musk e Trump, com o bilionário prometendo criar seu próprio partido político.

Leia mais: Casa Branca pedirá ao Congresso que corte financiamento de emissoras públicas dos EUA

O projeto agora segue para a Câmara dos Deputados, que planeja enviá-lo para a mesa do presidente Donald Trump antes do prazo desta sexta-feira (17).

Foi a primeira vez em décadas que o Senado aprovou um pacote de cortes discricionários partidários, ignorando o processo usual bipartidário de apropriações. Isso pode indicar uma nova era de redução das agências federais, com o Congresso dando segurança jurídica aos cortes de Trump.

A Casa Branca planeja enviar mais pacotes semelhantes ao Congresso para formalizar cortes identificados pelo DOGE. Pacotes de rescisão podem ser aprovados no Senado com apenas 50 votos, em vez dos habituais 60, desde que sejam votados em até 45 dias.

Leia mais: Suprema Corte concede ao DOGE acesso a dados da Previdência Social dos EUA

O diretor do orçamento da Casa Branca, Russell Vought, não revelou quais agências serão alvo no próximo pacote. Ele levantou a teoria de que qualquer proposta de rescisão feita após 15 de agosto resultaria em cancelamento automático de fundos se o Congresso não agir até 30 de setembro. Essas “rescisões de bolso” provavelmente seriam contestadas na justiça.

Cortes na PBS e na NPR

A medida eliminaria o financiamento para a Corporation for Public Broadcasting, que financia a PBS e a NPR, entidades que há muito tempo são alvo dos conservadores por suposto viés liberal.

“Eles traíram a confiança do povo americano”, disse o senador republicano Eric Schmitt, do Missouri, a repórteres. “Eles foram capturados ideologicamente pela esquerda.”

As mídias públicas recebem uma pequena parte de seu financiamento de fontes federais, além de recursos de patrocinadores e doadores individuais. As redes afirmam que estações menores, que produzem programação local, podem fechar devido ao corte.

Leia mais: “América Latina precisa escolher um lado”, diz Mike Pompeo sobre embate EUA x China

Republicanos resistentes garantiram um compromisso de uma injeção única de US$ 10 milhões para estações de radiodifusão tribal antes da votação.

O pacote também cancelaria o financiamento para auxílios internacionais no orçamento da Agência dos EUA para o Desenvolvimento Internacional (USAID), bem como para agências menores que Trump pretende fechar, como o Instituto de Paz dos EUA.

O líder da maioria no Senado, Chuck Schumer, afirmou que os cortes em ajuda externa prejudicariam crianças famintas no exterior e entregariam o palco mundial à China, que tem construído boa vontade internacionalmente.

Leia mais: Trump manterá apenas 294 dos 10 mil funcionários da USAID no mundo, dizem fontes

“É simples incompetência e crueldade baseada em ideologia extrema”, disse Schumer no plenário do Senado.

Os democratas alertaram que os republicanos estão destruindo o processo bipartidário anual de gastos ao usar a reconciliação orçamentária partidária para aumentar fundos para agências que favorecem, como o Pentágono, enquanto usam rescisões para cortar prioridades democratas. Schumer afirmou que essas ações dificultam um acordo para evitar o fechamento do governo em 1º de outubro.

Quase todos os republicanos do Senado apoiaram a proposta da administração Trump para avançar com o projeto, após um acordo para poupar o financiamento global para a saúde contra a AIDS de cortes de US$ 400 milhões.

Leia mais: 6 milhões de pessoas podem morrer de HIV e Aids sem financiamento dos EUA, diz ONU

A aprovação final do projeto ocorreu após uma longa série de emendas, nas quais os republicanos se uniram para impedir que os democratas bloqueassem cortes específicos, como os da radiodifusão pública.

© 2025 Bloomberg L.P.




Deixe um comentário

Seu endereço de e-mail não será publicado. Os campos obrigatórios estão marcados *