Tim Leissner, ex-banqueiro do Goldman Sachs, foi condenado a dois anos de prisão por seu envolvimento no escândalo 1MDB, que desviou bilhões de dólares do fundo soberano da Malásia.

A sentença foi anunciada nesta quinta-feira (29) por uma juíza federal em Brooklyn, Nova York, que reconheceu o papel central de Leissner no esquema, mas também levou em conta sua colaboração com as autoridades, que resultou na condenação de seu ex-colega Roger Ng.

Leissner havia se declarado culpado em 2018 por conspirar com outro banqueiro do Goldman e o financista malaio Jho Low para subornar autoridades estrangeiras e garantir contratos lucrativos para a 1Malaysia Development Bhd (1MDB).

Durante o julgamento de Ng em 2022, Leissner foi a principal testemunha do governo, detalhando um esquema que envolveu mais de US$ 3 bilhões em propinas e fundos desviados.

A juíza Margo Brodie destacou que, apesar da cooperação, Leissner causou danos significativos e poderia ter recebido até 25 anos de prisão. Ele deverá iniciar sua pena em 15 de setembro.

Em carta à corte, Leissner pediu perdão, afirmando que seus crimes destruíram sua carreira, casamento e relação com os filhos, e expressou arrependimento profundo.

O escritório do procurador federal elogiou a colaboração imediata de Leissner após sua prisão, que foi crucial para a condenação de Ng, sentenciado a 10 anos de prisão.

A defesa também relatou que Leissner sofreu ameaças e ataques, incluindo invasões em suas residências e danos a seus veículos, devido ao seu trabalho com as autoridades.

O escândalo 1MDB manchou a reputação do Goldman Sachs, que pagou mais de US$ 5 bilhões em multas e reconheceu falhas institucionais.

Enquanto isso, Jho Low permanece foragido, e a Malásia busca sua extradição.