As exportações de ovos in natura e industrializados do país somaram 4,6 mil toneladas e renderam US$ 11,6 milhões em junho, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) compilados pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Em relação ao mesmo mês do ano passado, o volume cresceu 901,1% e a receita foi 608,6% maior.

Com a forte aceleração, que ganhou tração nos últimos três meses, os embarques no primeiro semestre foram os maiores para o intervalo nos últimos dez anos. De janeiro a junho, o volume de vendas ao exterior chegou a 16,6 mil toneladas, ante 6,6 mil na primeira metade de 2022, e a receita atingiu US$ 41,2 milhões, uma alta de 222,4% na mesma comparação. As exportações brasileiras de ovos são lideradas por Mantiqueira Brasil e Granja Faria.

Segundo a ABPA, o Japão continuou a ser o principal destino dos embarques nacionais no primeiro semestre, com compras de 6,9 mil toneladas, 1.304% mais que um ano antes. Taiwan ficou em segundo lugar, com 5,4 mil toneladas.

Embargo Japonês

“A recente suspensão do Japão aos produtos avícolas de Santa Catarina não deve gerar impactos às vendas de ovos do Brasil. Em todo o primeiro semestre, menos de 0,2 tonelada do produto de Santa Catarina foi embarcada para o país”, afirma Luis Rua, diretor de mercados da ABPA, em comunicado.

O embargo japonês a Santa Catarina, que inclui carne de frango, foi imposto no início desta semana, após a descoberta de um caso de influenza aviária de alta patogenicidade em uma granja de subsistência no município catarinense de Maracajá. Pelo mesmo motivo, o Japão já havia proibido a entrada em seu mercado de produtos avícolas do Espírito Santo.

A ABPA e outras entidades setoriais criticaram o embargo japonês, uma vez que um caso de influenza em ave de subsistência não altera o status do Brasil de país livre da doença. Pelas regras da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), esse status só muda em caso de confirmação de um caso de influenza em uma granja comercial.