O Boletim Focus será divulgado nesta segunda-feira (16), às 08h25, trazendo importantes atualizações sobre a expectativa do mercado financeiro em relação à economia brasileira. A expectativa é de que o documento traga dados relevantes sobre a Selic, que recentemente foi elevada para 12,25%, sinalizando o esforço do Banco Central em controlar a inflação.

No campo político, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva teve alta no domigo e deve retomar o comando das articulações políticas. Com a proximidade do recesso parlamentar, o governo corre contra o tempo para aprovar o pacote fiscal, a reforma tributária e o Orçamento de 2025 ainda este ano.

Além disso, o mercado acompanhará atentamente os dados econômicos nos Estados Unidos, com a divulgação prevista para às 11h45, incluindo o PMI Composto S&P Global (Dezembro) e o PMI do Setor de Serviços. Esses indicadores são determinantes para entender a saúde econômica americana e seus impactos globais.

O que vai mexer com o mercado nesta segunda

Agenda

O diretor de Política Monetária e futuro presidente do BC, Gabriel Galípolo, participa de café da manhã institucional, promovido pela Associação Brasileira de Rádio e Televisão (Abratel) e Record, em São Paulo. (fechado à imprensa)

Já Otávio Damaso, diretor de Regulação do BC, palestra, por videoconferência, sobre “Open Finance: agenda do Banco Central e os impactos concorrenciais no setor”, no evento Open Banking 2024, promovido pelo Instituto Brasileiro de Estudos de Concorrência, Consumo e Comércio Internacional (IBRAC), em São Paulo.

Brasil

8h25 – Boletim Focus

EUA

11h45 – PMI Composto S&P Global (dezembro)
11h45 – PMI do Setor de Serviços (dezembro)

Internacional

Redução de juros

Investidores estão confiantes de que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) reduzirá os juros em 25 pontos-base na reunião de 17 e 18 de dezembro, com destaque para as novas projeções econômicas que poderão indicar cortes adicionais em 2025 e 2026.

Apesar disso, dados recentes mostram uma inflação persistente, mercado de trabalho resiliente e surpresas positivas na produtividade, fatores que tornam o cenário mais complexo. A criação de empregos desacelerou, mas a taxa de desemprego permanece abaixo da média de longo prazo, enquanto os custos de mão de obra mostram crescimento moderado devido a ganhos de produtividade.

Trump contra órgãos reguladores

A equipe de transição de Donald Trump avalia reestruturar ou eliminar órgãos reguladores bancários, como a FDIC, transferindo suas funções ao Departamento do Tesouro, ideia que exige aprovação do Congresso. Elon Musk e Vivek Ramaswamy, escolhidos para liderar o Departamento de Eficiência Governamental (Doge), discutem a fusão de agências como FDIC, OCC e Federal Reserve, com cortes de pessoal e mudanças em políticas de trabalho presencial. Musk também propôs extinguir a agência de proteção ao consumidor financeiro, em linha com a meta de reduzir os gastos do governo. A iniciativa inclui a reativação de um decreto que facilita a demissão de funcionários federais, gerando preocupações sobre o impacto dessas medidas.

Economia

Maior IVA do mundo

As concessões de última hora no projeto de lei complementar que regulamenta a reforma tributária farão o Brasil ter a maior alíquota de Imposto sobre Valor Agregado (IVA) do planeta. O futuro IVA será de 28,55%, superando a Hungria, país que atualmente cobra 27% e lidera a cobrança desse tipo de tributo. Aprovada pelo Senado na quinta-feira (12), a proposta voltará a Câmara dos Deputados.

Pente-fino

Os integrantes do grupo de trabalho (GT) da Câmara dos Deputados sobre a reforma tributária fizeram um primeiro “pente-fino” nas alterações do Senado para elaborar o parecer. O grupo recebeu um estudo do governo com as mudanças apoiadas pelo Executivo, segundo reportagem do Valor.

De acordo com o deputado Claudio Cajado (PP-BA), o grupo trabalha para que a alíquota padrão não ultrapasse 26,5%, o que exigiria uma revisão pelo Congresso sobre os benefícios tributários logo na entrada em vigor do novo sistema.

Campos Neto, Galípolo e Guillen participam da coletiva do RTI no dia 19 em Brasília

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e o futuro chefe da instituição, Gabriel Galípolo, darão entrevista coletiva conjunta em Brasília na quinta-feira, 19 de dezembro, após a divulgação do Relatório Trimestral de Inflação (RTI).

“A coletiva conjunta simboliza o processo de transição da Presidência do Banco Central, a primeira realizada sob o marco legal da autonomia”, destacou a instituição.

O RTI será publicado às 8 horas no site do BC. Às 11 horas, o diretor de Política Econômica, Diogo Guillen, fará uma apresentação sobre os dados do documento.

Após a apresentação, haverá a entrevista coletiva de Campos Neto e Galípolo.

Projeções fiscais

Economistas consultados pelo Ministério da Fazenda ajustaram suas projeções fiscais no relatório Prisma de dezembro, indicando melhora no saldo primário do governo em 2024 e 2025, mas alta na previsão para a dívida pública bruta. O déficit primário esperado para 2024 caiu para 55,373 bilhões de reais, frente aos 62,000 bilhões estimados anteriormente, enquanto para 2025 a previsão foi ajustada para 87,265 bilhões de reais.

Apesar disso, a dívida bruta como proporção do PIB foi revisada para 82,00% em 2025, acima da projeção anterior de 81,73%. As preocupações do mercado persistem quanto à sustentabilidade fiscal, com o impacto dos juros elevados pressionando os custos da dívida. Paralelamente, a arrecadação federal foi revisada para cima, com expectativas de 2,655 trilhões de reais em 2024 e 2,830 trilhões em 2025, enquanto as despesas totais do governo central tiveram pequenos ajustes nas projeções.

Bets e Bolsa Família

A Advocacia-Geral da União (AGU) informou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que enfrenta “barreiras de ordem prática de difícil superação” para impedir o uso de benefícios sociais, como o Bolsa Família e o BPC, em apostas esportivas on-line. A manifestação ocorre após determinação do ministro Luiz Fux, confirmada pelo plenário, para que o governo proíba essa destinação dos recursos. Segundo a AGU, notas técnicas de ministérios e órgãos indicam desafios operacionais significativos para implementar as medidas, apesar da relevância da preocupação com a proteção econômica de famílias vulneráveis.

Política

Maratona de votações

Os deputados realizarão sessões de segunda-feira (16) a sexta-feira (20). Entre os temas em pauta estão o pacote fiscal do governo, que inclui um projeto de lei, um projeto de lei complementar e uma proposta de emenda constitucional, além da regulamentação da reforma tributária, do Programa de Aceleração da Transição Energética (Paten) e de propostas para fomentar o turismo.

Alta hospitalar

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva teve alta hospitalar no domingo (15), de acordo com coletiva de imprensa da junta médica que o acompanha no hospital Sírio Libanês. Lula compareceu à entrevista e agradeceu aos médicos.

Lula poderá retomar suas atividades de trabalho normalmente. “Após a alta hospitalar, presidente deverá ficar alguns dias em São Paulo”, afirma Dr Roberto Kalil.

Prisão de Braga Netto

A Policia Federal prendeu no último sábado (14) o general Walter Braga Netto, ex-ministro de Jair Bolsonaro e candidato a vice na chapa do ex-presidente em 2022. Ele é um dos alvos do inquérito da tentativa de golpe de Estado após as eleições. 

Bolsonaro

A prisão do general Walter Braga Netto não altera o cronograma previsto pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, para analisar o relatório final da Polícia Federal (PF) no inquérito do golpe e, eventualmente, oferecer a denúncia contra os 40 indiciados, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Pessoas que acompanham o processo asseguram que as conclusões da PGR serão apresentadas no início de 2025, como estava previsto, e que a prisão do general, apesar do “peso”, não acelera a análise do caso pelo procurador-geral. Gonet dispensa cautela redobrada ao caso. Além disso, o Judiciário entra em recesso depois da semana que vem.

(Com Reuters, Agência Brasil e Estadão)