![]() A indústria de fundos de renda fixa registrou queda na rentabilidade em julho, após seis meses consecutivos de ganhos acima do CDI, segundo relatório do Bradesco BBI. O “culpado” pela rentabilidade menor foi a abertura da curva de juro real – ou seja, a elevação da remuneração paga por papéis de inflação, movimento que começou a corrigir em agosto. Com o juro maior no mercado, títulos emitidos com taxas menores perdem valor. Em julho, os fundos de crédito livre tiveram valorização média de 1,05% no mês, abaixo dos 1,28% do CDI. Já os fundos multimercado de renda fixa renderam 0,63%, também abaixo do referencial, acumulando o segundo mês seguido de desempenho inferior. Essa classe mantém resgates médios de R$ 12 bilhões por mês em 2025. Ao mesmo tempo, houve forte procura por títulos isentos de Imposto de Renda, como LCIs e LCAs, que tiveram captação líquida de R$ 9 bilhões no mês, acumulando alta de 18% no estoque em 2025. O movimento é atribuído à proposta do governo de encerrar esse benefício a partir de 2026. Na véspera, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu no Senado o fim da isenção, argumentando que “o benefício não chega na ponta” e que grande parte da vantagem tributária “fica no meio do caminho” entre emissores e investidores. A corrida por esses ativos já vinha chamando atenção do mercado, com especialistas alertando para a redução drástica dos spreads (diferença na remuneração em relação ao título público equivalente). Os fundos de renda fixa com mais de 0,5% de alocação em debêntures e 10% em crédito privado captaram R$ 5,8 bilhões líquidos em julho. Até 8 de agosto, o volume parcial já somava R$ 3 bilhões. A maior parte das entradas veio de grandes bancos, excluindo essas instituições, o saldo foi negativo em R$ 1,3 bilhão. |
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