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Economia

Fundos têm resgate líquido de R$ 39,8 bi no 1º tri, mesmo com demanda por renda fixa

- 10/04/2025 1 Visualizações 1 Pessoas viram 0 Comentários
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Os fundos de investimento registraram, entre janeiro e março deste ano, o segundo pior resultado para um primeiro trimestre em cinco anos. A indústria amargou resgate líquido de R$ 39,8 bilhões, movimento puxado, principalmente, pela saída de investidores de fundos de ações e multimercados. 

A renda fixa segue captando, mas não conseguiu evitar o resultado negativo da indústria. A classe teve captação líquida de R$ 43,2 bilhões, muito abaixo dos R$ 134,4 bilhões captados no primeiro trimestre do ano passado. 

Já as saídas dos multimercados foram intensificadas e o saldo negativo passou de R$ 27,2 bilhões no ano passado para R$ 43,8 bilhões nos primeiros meses deste ano. Os fundos de ações, que captaram R$ 600 milhões um ano atrás, terminaram março com resgate líquido acumulado em R$ 27,3 bilhões. 

Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (10) pela Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais). Pedro Rudge, diretor da entidade, disse que “é de se esperar que a renda fixa siga atraindo recursos, mas é difícil prever a magnitude”, já que o ambiente macroeconômico tem muitos fatores de incerteza. 

Para o executivo, porém, os fundos devem fechar o ano com captação líquida positiva: “às vezes achamos que o primeiro trimestre representa alguma tendência, mas é algo temporário”. 

Até fevereiro, o investidor pessoa física era o segundo grupo que mais tirava dinheiro dos fundos (R$ 31,5 bilhões), atrás apenas das empresas, que resgataram R$ 42,3 bilhões nos dois primeiros meses de 2025. Por outro lado, o poder público foi o que mais aplicou dinheiro na indústria, com saldo positivo de R$ 62,5 bilhões. 

Crédito privado

Com mais investidores procurando a renda fixa, os fundos de crédito privado passaram a ter 13% do patrimônio líquido total da indústria em fevereiro. No mesmo mês do ano passado, a concentração era de 10%. O número de fundos do segmento cresceu 51% na comparação anual, saindo de 1.456 para 2.200. 

Nos últimos 12 meses, os fundos com maior concentração de crédito privado na carteira foram os preferidos dos investidores. Os portfólios com pelo menos 50% de participação de privados bancários e não bancários foram responsáveis por 73,42% da captação líquida de toda a categoria. 

“Temos visto vários gestores criando produtos, resultado desse cenário de taxa de juros alta e maior aversão a risco”, diz Rudge. 

Os FIDCs (Fundos de Investimento em Direitos Creditórios) foram um dos destaques negativos, com resgate líquido de R$ 15,1 bilhões. O movimento de saída, porém, foi concentrado em apenas um fundo, o que evitou uma captação líquida de R$ 1,8 bilhão. 

Por outro lado, a concentração de 82,2% do portfólio aplicado em direitos creditórios é positiva e “demonstra a importância dos FIDCs no financiamento da economia real, especialmente para que pequenas e médias empresas tenham acesso a recursos mais rápida e eficientemente”, diz Julya Wellisch, diretora da Anbima. 




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