O empresário Sidney Angulo, sócio do E-Business Park, compartilhou no Liga de FIIs, programa do InfoMoney ,como foi a transição de décadas de experiência no mercado imobiliário tradicional para a construção de uma carteira diversificada de fundos imobiliários.

Depois de erguer empreendimentos de grande porte, ele explica como a vivência no “tijolo” ajudou a moldar sua visão sobre ativos listados em Bolsa.

Para Angulo, a renda urbana é um dos setores mais palpáveis para o investidor, justamente pela proximidade com o dia a dia. “O investidor pode pegar o carro, passar em frente a uma farmácia, a um supermercado ou a uma loja do Grupo Mateus e enxergar o imóvel que compõe o fundo. Isso gera identificação e facilita a compreensão do investimento” afirmou.

Além da renda urbana, o empresário citou dois setores que considera seus preferidos em sua carteira. Entre eles, os fundos de logística, que ganharam maior espaço recentemente. “Hoje tenho seis ou sete fundos de galpões. É o setor que mais tenho priorizado, até porque não tinha muita exposição antes. Considero minha posição bastante relevante”, disse.

O empresário também revelou forte presença em shopping centers, segmento no qual mantém participação em diferentes veículos. “Compro praticamente todos os fundos da área. Fiquei animado com a movimentação recente do XP Malls (XPML11)”, comentou, ao se referir sobre a venda de participação de nove shoppings do fundo.

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‘Careta no investimento’ e atenção à governança

Angulo se considera um investidor conservador. “Sou muito ‘caretão’ na hora de investir, muito preocupado com quem está por trás da gestão. A seriedade e a governança são determinantes”, afirmou.

Para ele, a escolha dos fundos vai além dos números, envolvendo a confiança nos gestores e na solidez das operações.

Na conversa, Angulo também defendeu que os investidores precisam compreender melhor as diferenças entre fundos de tijolo e fundos de papel. Para ele, a terminologia P/VP é frequentemente mal aplicada. “No caso de imóveis, deveríamos falar em VM/VP, ou valor de mercado sobre valor patrimonial. Já para fundos de papel, aí sim faz sentido usar P/VP”, observou.

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Segundo o empresário, o investidor pode equilibrar sua carteira combinando os dois tipos de fundos. “O fundo de papel pode multiplicar ganhos mais rapidamente e trazer maior liquidez, mas o tijolo garante a formação patrimonial. O importante é saber separar os mundos”, destacou. Ele acrescentou que sua postura é de reinvestimento sistemático dos dividendos, reforçando a disciplina como base da construção de patrimônio de longo prazo.

Confira a entrevista completa de Sidney Angulo na edição desta semana do Liga de FIIs. O programa vai ao ar todas as quartas-feiras, às 18h, no canal do InfoMoney no Youtube. Você também pode rever todas as edições passadas.