O grupo golpista que planejava assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes também elaborou uma minuta para criar um “Gabinete Institucional de Gestão da Crise” após consumar o golpe de Estado. De acordo com os documentos apreendidos, o gabinete seria liderado pelos generais Augusto Heleno e Walter Braga Netto. A informação foi apurada pela Polícia Federal (PF) e mencionada na decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou a prisão de quatro militares e de um policial federal envolvidos na trama, nesta terça-feira (19). Segundo a investigação, o plano previa a prisão de ministros do STF e a criação de uma estrutura institucional paralela para consolidar a ruptura democrática. Leia mais: Quem são os 5 presos que tramaram golpe e assassinato de Lula, Alckmin e Moraes? Estrutura planejada do gabineteSegundo o documento obtido pela PF, o general Augusto Heleno seria o chefe do gabinete de crise, enquanto Braga Netto assumiria o papel de coordenador-geral. Outros militares destacados para cargos estratégicos incluíam o general Mario Fernandes, preso nesta terça-feira, e o coronel Elcio, que integrariam a assessoria estratégica.
A composição do gabinete tinha como objetivo estabelecer uma “legalidade” pós-golpe e coordenar ações para consolidar o controle institucional e militar. “Arcabouço jurídico”Os documentos apreendidos também detalham os chamados “requisitos críticos” para o sucesso do golpe. Entre eles estavam a criação de uma estrutura de apoio com gabinetes estaduais, a elaboração de um “robusto arcabouço jurídico” para justificar as ações militares e a coordenação com o Superior Tribunal Militar (STM) para assegurar respaldo legal às operações. De acordo com a PF, o plano era iniciar as ações em 16 de dezembro de 2022, apenas quatro dias antes da posse de Lula, e previa o uso de militares para efetivar as prisões e suprimir resistências institucionais. Ligação direta com Braga Netto e HelenoOs generais Heleno e Braga Netto, que ocuparam cargos de destaque no governo Jair Bolsonaro, aparecem no centro do planejamento, segundo a PF. Além de liderarem o gabinete de crise, ambos teriam papel ativo na mobilização das tropas e no direcionamento estratégico das ações clandestinas. A decisão de Alexandre de Moraes enfatiza que o planejamento detalhado e a hierarquia estabelecida no documento evidenciam que o grupo não agiu isoladamente, mas com um alto grau de organização e coordenação. |
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