O líder da oposição venezuelana Edmundo González, que enfrentou o presidente Nicolás Maduro na eleição de julho, disse nesta quarta-feira (18) que ele foi forçado a assinar uma carta aceitando a decisão do principal tribunal eleitoral do país reconhecendo a vitória de Maduro. “Ou assinava ou encarava as consequências”, ele disse em nota. Atualmente na Espanha, González recebeu asilo político no país no início deste mês após a emissão de um mandado de prisão na Venezuela. O Conselho Nacional Eleitoral proclamou Maduro como vencedor da eleição presidencial, que ocorreu em 28 de julho, apesar das acusações de fraude e protestos generalizados. A publicação online das atas de votação pela oposição mostra, segundo eles, que González havia vencido. Nesta semana, um relatório da ONU afirmou que o governo de Maduro intensificou as táticas repressivas para controlar protestos pacíficos e manter o poder após a eleição contestada. A declaração da principal autoridade eleitoral da Venezuela foi aprovada pelo Tribunal Supremo do país, embora as autoridades não tenham publicado as atas completas de votação que mostrariam a vitória de Maduro. González disse que se reuniu na embaixada espanhola em Caracas com a vice-presidente da Venezuela, Delcy Rodríguez, e seu irmão Jorge Rodríguez, presidente da Assembleia Nacional, que lhe entregaram uma carta para assinar. “Seguiram-se horas muito tensas de coerção, chantagem e pressão”, disse González, acrescentando que sentia que seria mais útil em liberdade do que preso. “Um documento produzido sob coação é totalmente inválido devido à falta de consentimento”, acrescentou o comunicado. Em Caracas, Jorge Rodríguez apresentou uma carta de duas páginas assinada por González e disse que o ex-candidato presidencial, de 75 anos, tinha 24 horas para retratar suas alegações. “Se você não voltar atrás no que disse em 24 horas, vou divulgar os áudios. A decisão é sua, sr. González”, disse Rodríguez, referindo-se às reuniões que ele e sua irmã tiveram com González. |
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