O governo enviou ao Congresso um projeto de lei (PL) para reorientar a Receita Federal, para tornar o órgão menos punitivo, com um caráter de orientação aos “bons contribuintes”, e focar as cobranças e fiscalizações nos “devedores contumazes”, “que optam por não pagar [tributos] como estratégia”. O anúncio foi feito nesta sexta-feira (2) pelo secretário da Receita, Robinson Barreirinhas, em coletiva de imprensa para detalhar o PL. O texto prevê 3 eixos, segundo o Fisco: conformidade tributária, controle de benefícios fiscais e foco no “devedor contumaz”. O secretário diz que o projeto favorece 99% dos contribuintes, que têm boa-fé, e “avança fortemente” na redução dos benefícios fiscais, dando governança ao setor público no tratamento desses privilégios, em linha com as diretrizes constitucionais existentes desde 2021. “Devedor contumaz” O cadastro incluirá apenas os devedores que tiverem um débito irregular superior a R$ 15 milhões por mais de 1 ano. Além disso, se houver um crime envolvido, o contribuinte não terá o benefício de extinguir a punição se pagar ou parcelar o débito. Barreirinhas disse que o devedor contumaz é “muito qualificado” e tem como estratégia o não pagamento de impostos, por isso é preciso “parar de passar a mão [na cabeça] dos criminosos”. “São os contribuintes que prejudicam os outros 99%, que são bons contribuintes e que não conseguem concorrer com o devedor contumaz”. Ele fez questão de destacar, diversas vezes, que o foco não será no contribuinte de boa-fé nem o inadimplente recorrente. O intuito, diz, é tornar a Receita mais orientadora e menos punitiva com que age de boa-fé e focar a fiscalização em que age de má-fé. Os outros 2 eixos Em controle de benefícios, os focos serão: dar transparência aos mais de 200 benefícios existentes; reduzi-los a 2% do Produto Interno Bruto (PIB) até 2029, como determina a Emenda Constitucional (EC) 109/2021; dar gestão e governança aos benefícios, para que eles funcionem como instrumentos de políticas públicas; conseguir medir e aprimorar o impacto desses benefícios. (Com Reuters) |
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