 A Câmara dos Deputados deve avançar neste semana com dois projetos de lei de proteção ao agronegócio em casas de calamidade ou prevenção de crises, como a gripe aviária. Um deles cria o Fundo Nacional para Prevenção, Proteção e Defesa Agropecuária Contra Calamidades (Fundeagro), com recursos que poderão ser utilizados por agricultores em medidas de defesa contra riscos de perdas ou para reembolso de perdas. A outra proposta permite ampliar o trabalho de técnicos que fiscalizam áreas possivelmente contaminadas. Os projetos devem ter urgências votadas nesta segunda-feira, com mérito a ser analisado ao longo da semana. O Fundeagro seria abastecido, principalmente, com recursos da União, proveniente de impostos. Cerca de 1% da arrecadação teria que ser repassada anualmente ao fundo. Entidades privadas nacionais e estrangeiras também poderão contribuir para o fundo. — Estou conversando com o setor, com o Ministério da Agricultura, e também com gerentes de fundos estaduais, para saber o que está dando certo nos estados, e o que podemos trazer de aperfeiçoamento ao Fundo Nacional — afirmou o relator, deputado Pezenti (MDB-SC), que deve finalizar o texto entre terça e quarta-feira. A outra proposta pretende remunerar o servidor público que seja técnico da área agropecuária e se dispor a trabalhar em suas folgas, “permanecendo à disposição do serviço para a fiscalização dos estabelecimentos de produtos de origem animal, sob o regime da inspeção permanente”. O autor, deputado Domingos Sávio (PL-MG), afirmou em justificativa que o “serviço voluntário é uma forma de se resolver problemas decorrentes da falta de servidores em atuação”. O projeto será relatado pela deputada Roberta Roma (PL-BA). Os projetos serão votados após o caso de gripe aviária confirmado em Montenegro (RS), que provocou a suspensão temporária das exportações de carne de frango para cerca de 40 países — entre suspenções totais e aquelas dirigidas exclusivamente ao Rio Grande do Sul ou à cidade onde a contaminação foi registrada.
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