A Hypera (HYPE3) tem uma sessão de forte volatilidade após a divulgação de seus resultados do segundo trimestre de 2024 (2T24) na noite da última quinta-feira (25). Na bolsa paulista, as ações da Hypera eram negociadas em alta de 3,76% às 14h (horário de Brasília) desta sexta (26), a R$ 28,95, atingindo as máximas do dia após a conferência sobre o resultado. Mais cedo, os papéis chegaram a recuar 1,9%, quando bateram a mínima do pregão, a R$ 27,38. Os números entre abril e junho mostraram uma queda de 2,5% do lucro líquido das operações continuadas em relação ao mesmo período do ano anterior, para R$ 491,8 milhões. Na visão contábil, o lucro líquido ficou em R$ 492,5 milhões, perda de 2,3% na mesma comparação. Na visão geral do mercado, os resultados foram fracos, impactados negativamente por fatores sazonais e pela composição do portfólio, especialmente em relação aos produtos para dor e gripe. A margem bruta foi pressionada devido ao mix de produtos e aos descontos necessários para manter o sell-out, ou venda ao consumidor final, em andamento. O Morgan Stanley ressalta que, ao longo dos anos, a empresa conseguiu adquirir e construir “megamarcas” nessas áreas, que apresentam mais volatilidade devido à sazonalidade e aos padrões de circulação de vírus. Assim, uma força para a companhia virou uma fraqueza. Leia mais: Temporada de resultados: em quais ações e setores ficar de olho no 2T24? No entanto, a empresa conseguiu melhorar a geração de fluxo de caixa e reduzir a alavancagem, visto como um ponto positivo, na visão dos analistas de mercado. Enquanto os resultados são desafiadores, há sinais de que a Hypera está no caminho certo para melhorar seu desempenho financeiro e operacional nos próximos trimestres, com uma perspectiva mais positiva no longo prazo, o que ajuda a animar as ações após a abertura em queda. De qualquer forma, há cautela por parte do mercado. O JPMorgan, que tem recomendação equivalente à compra para HYPE3, está otimista quanto ao desempenho da Hypera no segundo semestre de 2024, esperando uma recuperação devido a bases de comparação mais fáceis e ao aumento dos lançamentos de novos produtos. Por outro lado, o Morgan Stanley, com recomendação equivalente à neutra, tem mais cautela, destacando que a mudança no mix de produtos pode levar a novos níveis normais de margens brutas, mas acredita que a empresa pode voltar a seguir o sell-out do mercado a longo prazo. O Bradesco BBI também possui recomendação neutra para os ativos, com base no potencial de valorização limitado de 22% da HYPE3 em relação ao preço-alvo de R$ 34 esperado para 2025, com risco potencial de queda da tributação dos benefícios fiscais do ICMS (impacto negativo de 23% no lucro líquido no pior cenário). Políticas mantidas Em teleconferência de resultados, os executivos da maior fabricante de medicamentos do Brasil sinalizaram nesta sexta que a companhia deve continuar com política de desconto maior nos preços de medicamentos genéricos e similares no segundo semestre, diante de um cenário de competição mais prolongado do que o esperado. Leia também: Confira o calendário de resultados do 2º trimestre de 2024 da Bolsa brasileira |
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