 NOVA YORK (Reuters) – Investidores estrangeiros que estão migrando para os mercados de dívida elevaram os fluxos de entrada em ações e títulos de mercados emergentes para uma máxima de nove meses de US$42,8 bilhões em junho, informou o Instituto de Finanças Internacionais (IIF, na sigla em inglês) nesta terça-feira. Os fluxos de entrada de não residentes em junho marcam uma aceleração saudável após entrada de US$16,8 bilhões em maio e o maior fluxo mensal líquido desde os US$63,5 bilhões de setembro. “Isso reflete a rara combinação de taxas globais mais fracas, dólar mais fraco e fundamentos macroeconômicos de mercados emergentes relativamente resilientes, criando um ambiente visto como nem muito quente nem muito frio para os fluxos de capital”, disse Jonathan Fortun, economista sênior do IIF, em um comunicado. Os influxos para carteiras de ações foram de US$9,9 bilhões, o maior desde setembro. Mas foram os fluxos de dívida que chamaram a atenção, com US$32,9 bilhões, depois de dois meses com menos de US$9 bilhões. A China continuou a ser o principal impulsionador dos fluxos de títulos, sugando US$23,8 bilhões, calculou o IIF, mas os mercados de dívida fora da China também registraram uma recuperação. A dívida em moeda local permaneceu particularmente atraente, apoiada pelo dólar mais fraco, carry elevado e estruturas domésticas confiáveis, disse o grupo, com o peso mexicano, o real brasileiro e o won sul-coreano liderando o grupo. Os títulos públicos em moeda local obtiveram retornos de cerca de 12% desde o início do ano, de acordo com os índices do JPMorgan, mais do que o dobro de seus pares em moeda forte. Enquanto isso, o índice de ações de mercados emergentes da MSCI ganhou 13,7% até junho, seu melhor desempenho desde 2017. O Goldman Sachs previu que há mais ganhos por vir, elevando sua estimativa futura de 12 meses para o índice de 1.290 para 1.370. “Vemos espaço para um aumento adicional no segundo semestre, dada a atividade econômica relativamente firme dos mercados emergentes (apesar das incertezas tarifárias)”, disse o Goldman. Os dados do IIF mostraram que, regionalmente, as carteiras asiáticas atraíram mais de US$21 bilhões no mês passado, ajudados por uma entrada de US$6,9 bilhões em ações asiáticas, a maior em um ano. A América Latina recebeu US$11,3 bilhões, enquanto a Europa, bem como a África e o Oriente Médio, tiveram as maiores entradas mensais desde janeiro.
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