 A lista tríplice exclusivamente feminina para uma vaga de ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) já teve os nomes escolhidos pela presidente da Corte, ministra Cármen Lúcia, e deve ser aprovada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quarta-feira. Na lista tríplice que será votada pelo Supremo devem constar os nomes das advogadas Cristina Maria Gama Neves da Silva, Estela Aranha e Vera Lúcia Araújo — que já é ministra substituta do TSE. Cristina Maria Gama Neves da Silva é advogada e foi nomeada desembargadora do Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal (TRE-DF). Estela Aranha é advogada e atuou no Ministério da Justiça durante a gestão de Flávio Dino como secretária de Direitos Digitais. Vera Lúcia, que é ministra substituta, tem vasta atuação no campo dos Direitos Humanos. Como mostrou O GLOBO, o STF deve apreciar nesta quarta duas listas com três nomes para ocupar as vagas destinadas à advocacia — uma delas contendo exclusivamente nomes de mulheres. Interlocutores do TSE e do STF ouvidos pelo GLOBO afirmam que a ideia por trás da iniciativa de Cármen Lúcia é fazer com que nas eleições de 2026 a bancada do tribunal conte com ao menos uma mulher. Isso porque não só ela deixará o tribunal às vésperas do pleito — seu mandato termina em agosto de 2026 — como a outra ministra integrante da Corte eleitoral atualmente, Isabel Gallotti, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), também terá concluído seu mandato na ocasião. Ao escolher fazer duas listas tríplices e não uma lista sêxtupla, e uma delas contendo nomes apenas de mulheres, a presidente do TSE também envia um sinal ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, responsável por bater martelo na nomeação dos ministros. O modelo de escolha dos ministros da classe da advocacia ocorre em duas etapas: primeiro, o STF vota a lista com três candidatos e, depois, o chefe do Executivo escolhe quem irá nomear. Assim, Cármen Lúcia indica ao presidente que um dos nomes escolhidos deveria ser uma mulher. A dança das cadeiras ocorre em virtude do fim do mandato dos ministros André Ramos Tavares e Floriano de Azevedo Marques, ambos representantes da advocacia escolhidos há dois anos, durante a gestão de Alexandre de Moraes. A ideia é que uma das listas contenha os nomes de Floriano e Ramos Tavares, que podem renovar seus mandatos por mais dois anos. O GLOBO apurou que a lista dos ministros homens terá os nomes de ambos, Floriano e Ramos Tavares, e também de José Levi do Amaral, que já foi titular do Ministério da Justiça e atuou no TSE durante a gestão de Moraes. A composição titular do TSE é formada por três ministros do STF, dois ministros do STJ e dois advogados indicados pelo Supremo. Hoje, além de Cármen Lúcia, Isabel Gallotti, Floriano de Azevedo Marques e André Ramos Tavares, o tribunal conta com os ministros Nunes Marques, que presidirá a Corte nas eleições, André Mendonça e Antônio Carlos Ferreira.
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