A alegria de Alexsandro e de sua família com a primeira convocação para a seleção brasileira foi tanta que a celebração ganhou as ruas. O zagueiro do Lille, da França, e seus parentes subiram na caçamba de uma picape e percorreram pela favela do Dique, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Criado na região, foi lá que ele assistiu à convocação do técnico Carlo Ancelotti e viu a confirmação de seu nome.

De camisa do Lille, Alexsandro e os amigos exibiram uma faixa com as cores do Brasil e cantaram o hino nacional. O carro deles foi acompanhado por motos e outros veículos que promoveram um buzinaço.

“Ao, ao, ao, Alex e seleção”, cantaram os amigos.

Pelas imagens, compartilhadas pelo correspondente do jornal L’Équipe Eric Frosio, é possível ver as pessoas saudando Alexsandro da calçada. O agora jogador da seleção ainda brinca com um comerciante: “Agora posso te pagar a dívida da minha mãe”.

 A história do zagueiro de 25 anos impressiona. Ele teve uma infância difícil no lixão de Jardim Gramacho, em Caxias, como catador de latinhas, enquanto a mãe vendia objetos para sustentar os cinco filhos.

“Momento de alegria ser convocado pela primeira vez para a seleção brasileira. Estou muito feliz. Aqui em casa, com a minha família, estávamos todos muito ansiosos para esse momento. Vim trabalhando muito para isso. Graças a Deus, hoje pude ser honrado com essa convocação. Estou muito feliz. Obrigado a todos que me apoiaram, a todos que me ajudaram”, disse o jogador, em entrevista ao site “ge”.

Alexsandro começou na base do Flamengo ao lado de Vinicius Jr., mas chegou a ficar um ano sem jogar antes de ter uma chance na terceira divisão de Portugal. No Lille, ele reencontrou o antigo amigo em duelo com o Real Madrid, pela Champions.

“Quando estava no túnel para entrar em campo, do nada o Vini veio e me deu um abraço. Falou: “Estou feliz por te ver aqui, irmão. Depois do jogo a gente conversa”. Aquilo encheu meu coração de alegria e me inspirou de uma forma muito grande”, contou o zagueiro.