![]() Com agenda mais esvaziada no Brasil, o foco de investidores nesta quarta-feira (16) é apresentação do índice de preços ao produtor (PPI) de junho, em especial após a divulgação de índice de preços ao consumidor (CPI). O dado veio abaixo do esperado por economistas consultados pela Reuters no acumulado de 12 meses. Além disso, a agenda econômica por lá também conta com falas do Fed e outros indicadores. Às 9h (horário de Brasília), Tom Barkin, membro do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês), discursa. Às 10h15, saem os dados da produção industrial também referentes a junho, seguidos, às 11h, de um pronunciamento de Michael Barr, vice-presidente de supervisão do Fed. Às 11h30, a Administração de Informação de Energia (AIE) publica o relatório semanal de estoques de petróleo. À tarde, será divulgado o Livro Bege do Fed, que deve oferecer pistas qualitativas sobre a atividade econômica nas diferentes regiões do país. Já por aqui, o Banco Central divulga às 14h30 o fluxo cambial semanal, indicador que mede a entrada e saída de dólares no país por meio de operações comerciais e financeiras. Investidores acompanham os dados como parte da leitura sobre o comportamento do câmbio e da movimentação dos agentes no mercado de divisas. Após audiência de conciliação promovida nesta terça-feira pelo Supremo Tribunal Federal (STF) entre o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o Congresso Nacional sobre o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) terminar sem acordo, investidores também seguirão acompanhando desdobramentos do tema, que será decidido por Alexandre de Moraes. A comissão especial da Câmara dos Deputados se reúne hoje, às 9h, para discutir o parecer do relator Arthur Lira (PP-AL) sobre o projeto que altera a legislação do Imposto de Renda (PL 1087/25). O encontro ocorre no plenário 1 e deve marcar o início da fase decisiva da tramitação. Já às 9h30, a Comissão de Finanças e Tributação debate os impactos da tarifa anunciada pelo presidente norte-americano à economia brasileira. O que vai mexer com o mercado nesta quartaAgendaO presidente Luiz Inácio Lula da Silva inicia a agenda às 9h, com uma reunião com representantes dos bancos públicos, no Palácio do Planalto. Às 11h, participa da cerimônia de assinatura do decreto de regulamentação do programa BR do Mar. No período da tarde, às 16h30, Lula recebe o secretário especial para Assuntos Jurídicos da Casa Civil, Marcos Rogério de Souza. Em seguida, às 17h, tem encontro com o ministro da Educação, Camilo Santana. Às 11h30, Gabriel Galípolo, presidente do BC, participa de Audiência com Jaime Fletchman, CEO da Casaviva, e Rodolfo Froes, Investidor e Conselheiro de empresas. (fechado à imprensa) Brasil 14h30 – Fluxo cambial EUA 9h – Discurso de Barkin, Membro do FOMC 9h30 – Preços ao produtor (junho) 10h15 – Produção industrial (junho) 11h – Discurso de Barr, vice-presidente de supervisão do Fed 11h30 – Estoques de petróleo (AIE) semanal 17h30 – Discurso de Williams, membro do FOMC INTERNACIONALNegociações urgentesA U.S. Chamber of Commerce e a Amcham Brasil pediram que os governos de Donald Trump e Lula iniciem negociações urgentes para evitar a tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, prevista para 1º de agosto. Em nota, alertam que a medida pode prejudicar seriamente a relação econômica entre os países e elevar custos para consumidores americanos. Segundo as entidades, a tarifa afetaria cadeias produtivas e reduziria a competitividade dos EUA. Destacam ainda que mais de 6.500 pequenas empresas americanas dependem de importações do Brasil. Ambas defendem uma solução negociada e benéfica para os dois lados. InvestigaçãoO escritório do USTR (Representante Comercial dos Estados Unidos) anunciou na véspera que iniciou uma investigação sobre as práticas comerciais “desleais” do Brasil. No documento, o responsável pelo órgão governamental afirma que “tem documentado as práticas comerciais desleais do Brasil que restringem o acesso de exportadores americanos ao seu mercado há décadas”. PrioridadeO vice-presidente Geraldo Alckmin afirmou na terça-feira (15) que a prioridade do governo é reverter a tarifa de 50% anunciada por Donald Trump sobre produtos brasileiros, antes de sua entrada em vigor em 1º de agosto. Caso necessário, o Brasil pedirá a prorrogação do prazo, conforme sugestão da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Em reunião com empresários e ministros, Alckmin disse que o país busca uma solução negociada e que não pretende adotar retaliações precipitadas. Ele também cobrou uma resposta dos EUA à carta enviada há dois meses e apontou dificuldade em encontrar um interlocutor americano. Negócio fechadoEnquanto não negocia com o Brasil, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fecha acordo comercial com a Indonésia, após ameaçar o país com uma tarifa de 32% a partir de 1º de agosto. Segundo Trump, o acerto foi fechado diretamente com o presidente indonésio, Prabowo Subianto, e os detalhes serão divulgados em breve. SançõesO secretário-geral da Otan, Mark Rutte, alertou que Brasil, China e Índia podem sofrer sanções secundárias severas se continuarem negócios com a Rússia. O aviso foi feito após o presidente Trump anunciar armas à Ucrânia e ameaçar tarifas de 100% sobre compradores russos. Rutte pediu que esses países pressionem Putin a levar a sério as negociações de paz. O senador Thom Tillis expressou preocupação com o prazo de 50 dias para o acordo. A Otan planeja fornecer armas ofensivas e defensivas à Ucrânia, financiadas pela Europa. “Caça às bruxas”Trump defendeu Jair Bolsonaro na terça-feira (15), afirmando que o ex-presidente é vítima de uma “caça às bruxas” após o pedido de condenação feito pela Procuradoria-Geral da República (PGR) ao Supremo Tribunal Federal (STF). Trump destacou que Bolsonaro é um homem honesto que lutou pelo povo brasileiro. A acusação da PGR, que pede a condenação de Bolsonaro por tentativa de golpe, repercutiu internacionalmente em veículos como El País, The Washington Post e Clarín. ECONOMIASuspensãoFrigoríficos brasileiros estão avaliando a suspensão de exportações de carne bovina para os EUA após o anúncio da tarifa de 50% pelo presidente Donald Trump, informou a Associação Brasileira de Carne Bovina (Abiec). Os EUA são o segundo maior mercado para a carne brasileira, atrás apenas da China. A produção voltada ao mercado americano já foi reduzida significativamente, com empresas buscando novos parceiros na Ásia e Oriente Médio. A tarifa gerou incerteza e queda nas compras de gado, levando frigoríficos de Mato Grosso do Sul a suspenderem embarques. O Brasil responde por cerca de 23% das importações americanas de carne bovina. Conta de luzA diretoria da Aneel aprovou o orçamento da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) para 2025, fixado em R$ 49,2 bilhões, com R$ 46,8 bilhões pagos pelos consumidores via tarifas. O valor inclui R$ 5,48 bilhões da geração distribuída (CDE-GD) e representa um aumento de 32,4% em relação a 2024. Recuperação judicialAs recuperações judiciais no agronegócio brasileiro somaram 389 pedidos no 1º trimestre de 2025, alta de 44,6% sobre igual período do ano anterior, segundo a Serasa Experian. Produtores pessoa física lideraram o aumento, com 195 solicitações, enquanto produtores pessoa jurídica registraram 113 pedidos. A cadeia agroindustrial teve 81 recuperações, também em crescimento. A alta aponta desafios financeiros, como custos elevados e crédito mais restrito. POLÍTICASem acordoA audiência de conciliação no STF entre governo e Congresso sobre o decreto que elevou a alíquota do IOF terminou sem acordo na terça-feira (15). O ministro Alexandre de Moraes suspendeu cautelarmente o decreto e o projeto legislativo que tentava anulá-lo, buscando um consenso. Moraes questionou a possibilidade de concessões, mas as partes preferiram aguardar decisão judicial. O impasse envolve o uso do IOF para arrecadação, com o governo defendendo motivação regulatória e o Legislativo alegando desvio de finalidade. A receita do IOF é essencial para o orçamento federal de 2025 e 2026. SupersaláriosO PT deve apresentar ainda nesta semana um projeto para regulamentar o teto salarial no serviço público, limitando os penduricalhos que elevam salários acima do permitido pela Constituição. A iniciativa faz parte da estratégia do governo Lula para reforçar o combate a privilégios e atrair o eleitorado popular antes de 2026. A proposta prevê apenas oito exceções indenizatórias e proíbe exclusões que aumentem o teto, segundo a Folha de S.Paulo. Também unifica todas as formas de remuneração no limite constitucional, incluindo acúmulo de cargos e aposentadorias públicas. O projeto quer corrigir lacunas da proposta em tramitação no Senado. FantasmasHugo Motta (Republicanos-PB), presidente da Câmara, demitiu funcionárias após denúncia de que mantinha servidoras com atividades incompatíveis com o cargo e, segundo a Folha de S.Paulo, não passam de funcionárias fantasmas. Entre elas, uma fisioterapeuta que atende em clínicas, uma estudante de medicina em curso integral e uma assistente social da prefeitura de João Pessoa. Todas estavam lotadas em seu gabinete como secretárias parlamentares. As três somaram R$ 112 mil em vencimentos só neste ano. Motta disse prezar pelo cumprimento das regras da Casa. Sem fugaBolsonaro afirmou a aliados que não pretende fugir para os EUA caso seja condenado pelo STF. Segundo relato publicado pela colunista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, o ex-presidente disse que “não suporta ficar longe da Michelle”. A ex-primeira-dama é cotada para disputar a Presidência em 2026. Bolsonaro teria afirmado que prefere esperar uma eventual anistia no Brasil, mesmo em prisão domiciliar. Trama golpistaA PGR acusou Anderson Torres de forjar uma passagem aérea para justificar sua ausência durante os atos golpistas de 8 de Janeiro. O código apresentado por ele não corresponde aos seus dados nem ao bilhete do voo Brasília-Orlando. A PGR aponta omissão deliberada e diz que Torres sabia dos riscos. A defesa alega férias programadas, mas Ibaneis afirmou que só soube da viagem no dia 7. Para o Ministério Público, a conduta evidencia conivência. ServilEduardo Bolsonaro criticou Tarcísio de Freitas por adotar postura conciliatória diante da tarifa de 50% imposta pelos EUA. Em redes sociais, acusou o governador de “subserviência servil às elites” e disse que negociações enfraquecem a pressão por anistia aos aliados de Bolsonaro. A crítica expõe racha no campo bolsonarista, enquanto Tarcísio se aproxima do empresariado e da diplomacia americana. O governo Lula mantém articulação institucional e considera usar a Lei da Reciprocidade caso as tarifas avancem. JanonesO Conselho de Ética da Câmara suspendeu por 90 dias o mandato de André Janones (Avante-MG) por ofensas homofóbicas a Nikolas Ferreira (PL-MG). Janones chamou o colega de “Nikole”, alegando ironia a falas transfóbicas do deputado. A defesa não convenceu o relator, que apontou quebra de decoro e reforço a estigmas. Janones diz que foi agredido após o episódio e apresentou representação contra deputados do PL. (Com Agência Brasil, Estadão e Reuters) |
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