![]() Investidores estão direcionando recursos para ações de tecnologia nos Estados Unidos no ritmo mais intenso em 16 anos, segundo pesquisa do Bank of America (BofA). A movimentação sustentou a recuperação dos mercados após a queda de abril provocada pelas tarifas comerciais anunciadas por Donald Trump. Entre abril e julho, a alocação no setor saltou no maior ritmo desde março de 2009. O índice Nasdaq Composite acumula alta superior a 33% desde os níveis mais baixos do ano, liderado pelas chamadas “Sete Magníficas”: Microsoft (BDR: MSFT34), Meta (M1TA34), Alphabet (GOGL34), Amazon (AMZO34), Apple (AAPL34), Nvidia (NVDA34) e Tesla (TSLA34). “Big tech está de volta ao comando”, destacou o BofA na divulgação da pesquisa, que mostrou ainda um salto de -1% para +14% na proporção líquida de gestores com posições acima da média no setor. Por outro lado, apesar da retomada, o otimismo com o setor ainda está abaixo da média histórica da pesquisa. A principal preocupação continua sendo o nível elevado de valuation. O otimismo com tecnologia contrasta com a cautela em relação ao dólar. De acordo com o BofA, a posição vendida na moeda americana foi apontada como a mais congestionada entre os gestores, refletindo preocupações com a política comercial e fiscal dos EUA. “Investidores estão emocionalmente pessimistas com os EUA, mas não fisicamente pessimistas”, avaliou Elyas Galou, estrategista do banco. “Eles estão otimistas com tech por causa da IA, mas pessimistas com o dólar”. A relação inversa entre dólar e bolsa foi identificada pelo Morgan Stanley. “As ações voltaram a negociar o dólar fraco como positivo para risco”, escreveu o banco em relatório. A correlação entre o S&P 500 e o índice BBDXY voltou a -70%, nível observado em janeiro. Já a correlação com os juros de 10 anos dos EUA está em -17%, contra -59% no início do ano, sinalizando “cautela com o sinal de queda nas taxas”. A instituição também destacou que, apesar da resiliência das ações no primeiro semestre, os fluxos estão perdendo força. “Embora os fluxos em nível de índice permaneçam positivos, estão começando a desacelerar na margem, apontando para uma alta mais lenta e maior fragilidade”, alertou a Morgan Stanley. Segundo estimativas da área de estratégias sistemáticas da casa, esses modelos compraram entre US$ 3 bilhões e US$ 4 bilhões por dia desde abril, somando cerca de US$ 300 bilhões. No entanto, esse ritmo deve diminuir nos próximos meses, com a alavancagem líquida já no percentil 60 da média de cinco anos. Os investidores de varejo também mostram sinais de retração. Em julho, os fluxos estão em torno de US$ 2 bilhões por dia, abaixo dos US$ 4,5 bilhões por dia em abril. Historicamente, essa demanda cai até 50% no segundo semestre de julho e agosto. Já as recompras corporativas, que chegaram a US$ 5 bilhões por dia, devem recuar para US$ 3 bilhões a US$ 4 bilhões com o início do período de blackout na próxima semana. (com Financial Times) |
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