Investigadores sul-coreanos pediram nesta segunda-feira (30) um mandado de prisão para o presidente Yoon Suk Yeol, após o líder, que sofreu impeachment, ignorar repetidas convocações para depor sobre sua declaração de lei marcial. Uma equipe conjunta de investigação apresentou o pedido a um tribunal em Seul, um dia após Yoon não comparecer à terceira convocação para depoimento agendada pelo Escritório de Investigação de Corrupção para Altos Funcionários. As convocações anteriores ocorreram em 18 de dezembro e no dia de Natal. A Coreia do Sul enfrenta um de seus períodos mais turbulentos em anos, após a breve imposição de lei marcial por Yoon em 3 de dezembro, que levou ao seu impeachment e, em seguida, ao do primeiro-ministro Han Duck-soo, que assumiu brevemente como líder interino. O caos político é agravado pelo pior acidente aéreo civil do país, com a queda de um voo da Jeju Air no domingo, que deixou apenas dois sobreviventes entre os 181 a bordo. Um tribunal determinará se emitirá o mandado de prisão contra Yoon, embora não esteja claro quando a decisão será tomada. Caso seja aprovado, Yoon seria o primeiro presidente em exercício na história do país a ser preso enquanto ainda está no cargo. O advogado de Yoon apresentou uma declaração ao tribunal alegando que a equipe de investigação não tem base legal para pedir um mandado contra o presidente. Quando questionado por jornalistas na segunda-feira sobre quem deveria liderar a investigação, o advogado preferiu não comentar. Mesmo se o tribunal conceder o mandado, não está garantido que os investigadores consigam prender o presidente. Uma tentativa anterior da polícia de realizar uma busca no escritório presidencial foi bloqueada pelo próprio gabinete de Yoon. A decisão de Yoon de evitar questionamentos e desafiar a autoridade dos investigadores parece visar atrasar o andamento do processo contra ele, disse Lee Chang-hyun, professor de Direito na Universidade de Estudos Estrangeiros de Hankuk. Yoon prometeu continuar se defendendo, indicando sua intenção de lutar no tribunal para permanecer no cargo e insistindo que sua decretação de lei marcial estava dentro dos poderes constitucionais. Paralelamente, um julgamento segue em andamento para decidir se Yoon será reintegrado ou removido permanentemente do cargo. O tribunal tem até junho para tomar uma decisão, e a próxima audiência está marcada para 3 de janeiro. O won sul-coreano inicialmente recuou nesta segunda-feira após o acidente aéreo fatal, mas subiu 0,2% contra o dólar, para 1.468,05, impulsionado por ganhos nas ações locais e promessas das autoridades de estabilizar os mercados. O ministro das Finanças, Choi Sang-mok, que assumiu como presidente interino na sexta-feira após o impeachment de Han, enfrenta um grande teste apenas dois dias após assumir o cargo. Choi declarou um período de luto de uma semana, até 4 de janeiro, após o acidente aéreo, pediu uma investigação rigorosa sobre o incidente e ordenou uma inspeção emergencial de segurança em todo o sistema aéreo do país. Han foi alvo de impeachment por se recusar a atender à demanda do partido de oposição para nomear imediatamente três juízes às vagas na Corte Constitucional, o que poderia aumentar as chances de confirmação do impeachment de Yoon. O Citigroup Inc. espera que Choi preencha rapidamente essas posições para reduzir as incertezas, afirmou o banco em um relatório nesta segunda-feira. © 2024 Bloomberg L.P. |
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