![]() Na semana passada, todos os olhares se voltaram para juros – seja aqui ou nos Estados Unidos (EUA). Lá fora, o Simpósio Jackson Hole trouxe direcionamentos sobre a trajetória das taxas nos EUA e as apostas dão como certo um corte de 0,25 ponto percentual em setembro. De acordo com o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, “chegou a hora” de reduzir os juros nos EUA. Por aqui, algumas falas de membros do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, deram o tom e garantiram mais indicações sobre uma possível alta. No sábado, Roberto Campos Neto, presidente do BC brasileiro, disse no evento que será mais difícil discutir transmissões monetárias sem abordar questões fiscais. No Brasil, 50 milhões de pessoas estão “ganhando dinheiro do governo, em comparação com 43 milhões de pessoas que são empregados e empresários”, acrescentou. Na agenda doméstica desta semana, a arrecadação do governo federal veio com a alta esperada por analistas, em R$ 231 bilhões. O avanço real ficou em 9,55%. Nessa semana, os olhares se voltarão para Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) e dados do mercado de trabalho, representados pela pesquisa do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) e a Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílios (PNAD) Continua do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A equipe econômica do Itaú projeta alta de 235 mil empregos formais. Na segunda-feira, os olhares se voltam para o relatório Focus. Com incertezas sobre a trajetória de juros por aqui, investidores tem acompanhado de perto o boletim, que trará as projeções do mercado para Selic, câmbio, PIB e outros dados econômicos. No dia seguinte, o IPCA-15 será apresentado e deve trazer alta de 0,20% na comparação mensal de acordo com o consenso LSEG, com taxa anual a 4,4%. “Apesar do baixo valor no índice geral, a composição mostrará uma aceleração nos serviços subjacentes para 5,2% em uma média móvel trimestral anualizada (3mma saar), em comparação com 4,4% em julho, mesmo com a desaceleração do componente de seguro de automóveis, após um forte aumento em julho”, sustenta a equipe econômica do Itaú. Já na quarta-feira, o Tesouro apresenta seu Relatório Mensal da Dívida Pública. Ao longo da semana, o Banco Central (BC) divulgará uma série de notas à imprensa, atualizando o mercado sobre Investimento Direto no País (IDP), Transações Correntes, Política Monetária e Operações de Crédito e Política Fiscal. Por fim, na sexta-feira, o IBGE apresenta a PNAD Contínua, que deve trazer dado de desemprego ainda menos, em 6,9%. Para além da agenda de indicadores, outros eventos devem movimentar o mercado nessa semana. No dia 29, quinta-feira, deve acontecer o leilão da BR-381 de Minas Gerais. Analistas consideram potencial de valor para a CCR (CCRO3) e a Ecorodovias (ECOR3) mas ainda enxergam percalços considerando os riscos inerentes aos projetos. Já no dia seguinte, 30, o Ibovespa terá sua terceira e última prévia do ano. A nova carteira deve entrar em vigor no dia 2/9 e analistas especulam que é possível que Caixa Seguridade (CXSE3), Auren (AURE3) e Santos Brasil (STBP3) sejam adicionadas na revisão. Há também quem considere que a Dexco (DXCO3) seja a exclusão mais provável, entre outros nomes projetados. No cenário político, o governo enfrenta o prazo final para enviar a proposta de orçamento de 2025 ao Congresso, que se encerra no próximo sábado, 31 de agosto. A expectativa é que o Executivo apresente o documento dentro do prazo, revelando suas projeções e prioridades fiscais para o próximo ano. O mercado também aguarda detalhes sobre o plano de aumento das alíquotas da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) e do imposto de renda sobre Juros sobre Capital Próprio (JCP). Essas medidas, conforme antecipado pelo Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, devem ser incorporadas na proposta de orçamento. Nvidia, PIB e PCE nos EUA são destaques Após uma semana focada em juros e com a política dominada pela Convenção do Partido Democrata, os próximos dias voltam a ser cheios de indicadores para o EUA. Os principais deles serão divulgados na quinta-feira, dia de apresentação do PIB do 2º trimestre, e na sexta-feira, quando dados de inflação serão conhecidos. Os números de gastos pessoais, rendimento pessoal e, o principal, o deflator de PCE devem trazer pouca variação na comparação mensal. A estimativa do consenso LSEG é de alta mensal de 0,05% para os gastos mensais e 0,02% para o rendimento pessoal. Já o PIB anualizado deve ficar em 2,80% de acordo com a projeção do consenso LSEG. Antes disso, o resultado da Nvidia deve movimentar o mercado. Na sexta-feira, as ações da companhia contribuíram para que o S&P 500 chegasse perto do recorde apresentado em julho. Confira a agenda da semana:
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