O início do recesso informal no Congresso praticamente zera qualquer chance de avanço nas pautas econômicas que foram discutidas na semana passada. Na última sexta-feira (7), de última hora, o plenário da Câmara dos Deputados aprovou o texto-base do projeto de lei que restabelece o chamado “voto de qualidade” por representantes da Fazenda Nacional no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf). A matéria segue para o Senado, onde deve ser apreciada após o retorno do recesso, a partir de agosto. Também ficou para o mês que vem a análise do arcabouço fiscal, que retornou à Câmara com algumas poucas modificações. Leia mais: As empresas da Bolsa mais afetadas com a retomada do voto de desempate a favor do governo no Carf Também depende de análise dos senadores a PEC da Reforma Tributária, aprovada em dois turnos pelos deputados numa votação histórica. O mercado reagiu positivamente ao avanço do tema em Brasília e o Ibovespa conseguiu fechar a semana com desempenho positivo. Agora os investidores vão olhar para dados de inflação e indicadores de atividade econômica previstos para os próximos dias. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do mês de junho vai ser divulgado na terça-feira (11) e deve apresentar uma deflação mensal. O consenso Refinitiv prevê uma variação de -0,08% em relação a abril. O UBS prevê uma desaceleração de 0,13%, levando o IPCA de 12 meses para 3,11%. Segundo os analistas do banco, preços de automóveis novos e de combustíveis devem contribuir com uma redução de 20 pontos-base do índice. O núcleo da inflação também deve apresentar alguma desaceleração. O banco prevê que o IPCA termine 2023 em 4,7%. Já o Itaú acredita que, no núcleo da inflação, bens e serviços podem acelerar na margem. A previsão do banco é de que o IPCA de junho venha com uma retração mensal de 0,06%, com o impacto de reajustes no preço de combustíveis pela Petrobras e redução no preço de veículos por meio do programa de barateamento dos carros populares. Alimentação em domicílio também deve ser outro destaque de baixa, especialmente o preço da carne. Na quarta-feira (12), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga a Pesquisa Mensal de Serviços referente ao mês de maio. O consenso Refinitiv prevê uma leve alta de 0,2% na atividade em relação a abril e um crescimento anual de 3,8%. O Itaú, por sua vez, vê crescimento mensal de 0,7% e de 4,3% em relação a um ano antes, “com uma enorme contribuição do segmento de transportes e o componente de serviços oferecidos às famílias expandindo em 0,8% mês a mês”. Na sexta-feira (14) é a vez do indicador de varejo. O consenso Refinitiv aponta para uma estabilidade nas vendas e crescimento anual de 2,45%. O Itaú prevê uma retração mensal de 0,5%, com a maioria dos setores desacelerando na margem. Dado de inflação também é destaque nos Estados UnidosO índice de preços ao consumidor dos Estados Unidos (CPI, na sigla em inglês) é o grande destaque da agenda americana e vai ser divulgado na quarta-feira. O consenso Refinitiv aponta para uma variação mensal de 0,3% do índice cheio entre maio e junho, o que representaria uma aceleração frente à leitura mais recente do CPI. Na comparação anual, a expectativa é de aumento de 3,1% e, se confirmado, será o menor avanço desde março de 2021 nessa base de comparação. Também é esperado um avanço de 0,3% no núcleo do índice e de 5% em termos anuais, tirando os preços mais voláteis, o que deixa a inflação ainda acima da meta do Banco Central dos Estados Unidos. Em paralelo, a semana também vai ser marcada por uma série de participações de dirigentes do Federal Reserve e a expectativa é que o tom hawkish dos últimos comunicados do BC americano seja mantido nesses discursos. De acordo com a atualização mais recente do monitor de juros do CME Group, uma fatia de 93% do mercado aposta em uma nova alta de juros de 25 pontos-base na próxima reunião da autoridade monetária. Na quarta-feira, o Fed vai divulgar o Livro Bege, relatório sobre as atuais condições econômicas em cada um dos 12 distritos do BC. China vai divulgar balança comercial de junhoNa China, repercussões de encontros de autoridades com a Secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, poderão fazer preço nos mercados, principalmente em ativos do setor de tecnologia. A guerra comercial nesse segmento se intensificou nas últimas semanas, com restrições de vendas de matérias-primas para chips entre os países. O calendário semanal chinês começa com a divulgação de dados de inflação já na noite deste domingo. O índice de preços ao consumidor (CPI) deve ficar estável em junho, com um ligeiro avanço de 0,2% na comparação anual. Já a inflação ao produtor (PPI) deve apresentar uma queda anual de 5%, o nono mês seguido de contração para o índice. Na sexta-feira, o mercado deverá repercutir os dados da balança comercial chinesa do mês de junho O mercado projeta um recuo da ordem de 3% nas exportações e de 2% nas importações. Se confirmados, os indicadores, sobretudo o de importação, apontam para uma continuidade do enfraquecimento da atividade doméstica no país. |
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