O ano era 2008. Enquanto o mundo se recuperava de uma das maiores crises financeiras da história, o chinês Chris Xu decidiu criar algo novo.
Nascia a? ZZKKO. É bem provável que você nunca tenha ouvido falar nessa empresa. Pelo menos, não com esse nome ? que você não deve ter nem ter entendido como se pronuncia.
Quando você descobre que, alguns anos depois, essas letras estranhas foram substituídas por Shein, a história muda.
- Tudo bem que, mesmo mudando o nome, você continua sem saber como falar? Xaín, Xi-in ou Xêin? Faz parte. risos. Vamos ao que interessa?
O que, inicialmente, era uma pequena loja online, que vendia roupas femininas a preços acessíveis, teve um crescimento de deixar qualquer um de queixo caído.
Muito por conta de sua abordagem inovadora e de foco na experiência do cliente, enquanto outros negócios do setor focavam em criar produtos de alta qualidade e preços elevados.
O mercado de fast-fashion ?
O fast-fashion é, basicamente, o modelo de negócio de varejistas que replicam peças e artigos da moda. A diferença é que a produção é em massa e com baixo custo.
- Quem começou com essa tendência foram, principalmente, a espanhola Zara e a sueca H&M.
As roupas podem não ser da melhor qualidade e nem as que mais duram. Seu diferencial é ver o que está em alta nas passarelas e replicar ? o mais rápido possível ?, para estar por dentro das tendências e oferecer uma grande diversidade de peças por um bom preço.
Para facilitar o entendimento? Conforme já mostramos nessa outra edição, veja como as empresas do setor operam:
O que trouxe o sucesso da Shein?
Lançamentos diários ? quase 10 mil designs novos por dia ? grande rede de fornecedores, designs modernos, estilos versáteis, preços competitivos, e foco num público jovem, usando e abusando das redes sociais e influencers.
- Sem contar fortes investimentos em tecnologia e logística ? no mundo todo ? para desenvolver um sistema eficiente de processamento de pedidos e entrega rápida.
Todos esses pontos ? e o principal, que já vamos falar ? contribuíram para a Shein ser uma das protagonistas de uma verdadeira revolução no varejo online.
O bizness chinês virou referência no mundo da moda e conquistou uma base fiel de clientes ? e muitas blogueiras ? do mundo todo.
Realmente, conquistou o mundo. O valor de mercado da Shein ultrapassou todas as outras gigantes do setor. A empresa chinesa chegou a ser avaliada em US$ 100 bilhões, embora o valor tenha caído para 2/3 disso, na última captação feita pela empresa, em um momento em que diversos negócios passaram pela mesma situação.
A diferença da Shein ?
Por controlar toda sua produção, a chinesa deixou o fast-fashion ainda mais fast. O que a Zara ou a H&M levam até cinco semanas para fazer, a Shein leva apenas três dias.
Eles criam inúmeros modelos e produzem um pequeno lote para vender no site. Com base nos dados de compras in real time, diretamente conectados ao chão de fábrica, eles avaliam a necessidade de produzir mais ou menos de cada peça, o que traz ainda mais agilidade para a operação.
O resultado disso? ?
Um faturamento de US$ 23 bilhões, no ano passado. E, considerando que os e-commerces de varejo movimentam mais de US$ 5 trilhões ao ano, globalmente, ainda há muito espaço para crescer.
Vai além? Embora a Shein negue os rumores, ao que parece, a empresa está iniciando seu processo de IPO na bolsa de Nova York, o que pode fazer dela a maior companhia chinesa de capital aberto dos EUA.
Mas existe um problema ?
A empresa enfrenta fortes críticas e controvérsias, relacionadas, principalmente, a trabalho infantil e análogo à escravidão e a falta de responsabilidade social e ambiental.
Por conta disso, vários reguladores norte-americanos são contrários à abertura de capital da empresa nos EUA, muito pelas crescentes tensões entre EUA e China sobre comércio, falta de transparência de uso de dados, direitos humanos e até o futuro do Taiwan.
De qualquer forma, não há como negar o impacto que a Shein teve no mercado de moda online, tornando-se um exemplo de inovação, foco no cliente e agilidade.