A Irani (RANI3) tem na Argentina um grande mercado consumidor, sobretudo por contar com uma unidade industrial no Estado de Santa Catarina, o que facilita o envio dos seus produtos ao país vizinho. Mas a situação econômica argentina, que se vê às voltas com uma eleição presidencial, traz preocupações. “A produção de papel na Argentina é deficitária e o Brasil é um grande fornecedor para aquele país. Mas as condições macroeconômicas da Argentina dificultaram muito as exportações e os preços”, afirmou Sergio Ribas, CEO da Irani, durante teleconferência de resultado do 3º trimestre a analistas. “Pela fidelidade, pela parceria que se tem, garantia de fornecimento por longo tempo – já que são clientes de muitos anos, não clientes que a gente vende de maneira spot (transação à vista) –, eles acabam tendo preço melhor do que se for vender spot para o mercado asiático”, exemplifica, sobre a vantagem de se vender aos argentinos. Entretanto, explicou Ribas, como a empresa não está vendendo para a Argentina no volume geralmente realizado, a companhia está buscando outros mercados, com os quais opera com preços menores. Irani (RANI3): BalançoSegundo relatório de resultado do 3T23 da empresa, o preço do papel para embalagens flexíveis está estável na comparação anual, mas apontando redução, dada a grande oferta de papel a nível mundial, como também pelo recuo de vendas para a Argentina, devido aos seus problemas internos. Para Irani, a Argentina é quase uma venda para o mercado interno porque, em poucos dias, a carga está no cliente e o preço acaba sendo similar ao mercado interno. O executivo também apontou o dólar como outro vilão do período, “que acabou afetando os preços em relação ao trimestre anterior”. Plataforma Gaia e dividendosLevante Ações de Alta Valorização Analista de Equities, com mais de 30 anos de experiência no mercado, revela a seleção de Small Caps para você buscar lucros expressivos Na teleconferência de resultados do 3T23, os executivos também esclareceram sobre os investimentos no âmbito da Plataforma Gaia, que envolvem vários projetos de expansão, reforma e introdução de novos maquinários nas unidades da companhia e que tiveram início em meados de 2020. Com investimento total de R$ 1,082 bilhão, quase todo aporte na Plataforma Gaia já foi feito: R$ 910 milhões. Por conta desse desembolso, a alavancagem (relação dívida líquida/Ebitda) subiu de 1,95 vez no 2T23 para 2,10 vezes no 3T23 e deve alcançar o pico no 4T23, voltando a cair a partir do ano que vem. “Todos os projetos (da Plataforma Gaia) têm taxa de retornos muito boas. Na realidade, a gente vai ter captura da maior parte dos investimentos já em 2024”, afirmou Ribas. Em meio aos investimentos, o CEO garantiu o pagamento de dividendos esse ano. Tendência global de fusõesAinda na teleconferência, Sergio Ribas comentou sobre a recente fusão da americana WestRock com a irlandesa Smurfit Kappa, criando uma gigante global de embalagens. As duas empresas têm atuação no Brasil. “É uma tendência global de maior concentração. Nós estamos em um segmento que custo é muito importante. É uma indústria que preço é fundamental, mas compete essencialmente por estrutura de custo”, disse a analistas. “É uma empresa mundial que está sendo formada, é um player diferenciado. No Brasil, não devemos ter grandes impactos. As duas empresas estão presentes, são excelentes empresas no mercado nacional e que são concorrentes leais”, complementou. Newsletter Infomorning Receba no seu e-mail logo pela manhã as notícias que vão mexer com os mercados, com os seus investimentos e o seu bolso durante o dia |
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