O Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios (MPDFT) denunciou Jair Renan Bolsonaro, o quarto filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), pelos crimes de lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e uso de documento falso. Jair Renan é acusado de usar documento com informações falsas de sua empresa, a Bolsonaro Jr. Eventos e Mídia, para obter um empréstimo bancário que não foi pago. A denúncia foi revelada pelo jornal O Globo nesta quarta-feira (20). Procurado pela Reuters, o MPDFT disse que o caso é sigiloso e, portanto, não pode repassar informações. Jair Renan foi indiciado pela Polícia Civil do DF, em meados de fevereiro, por ambos os crimes. A investigação começou em agosto de 2023, quando a Polícia Civil apreendeu um telefone celular e outros pertences pessoais de Jair Renan. A Operação Nexum investigava o cometimento de crimes de estelionato, falsificação de documentos, sonegação fiscal e lavagem de dinheiro. O inquérito da polícia apontou como suspeitas declarações de faturamento da empresa, com as quais o filho de Bolsonaro e seu sócio, Maciel Alves, buscavam lastro para empréstimos bancários, segundo o jornal. No relatório final do caso, os investigadores afirmam que “não há dúvidas de que as duas declarações de faturamento apresentadas ao banco são falsas”. Segundo a reportagem, Jair Renan e Alves conseguiram ao menos três empréstimos. Jair Renan disse em depoimento não reconhecer suas assinaturas nas declarações de faturamento supostamente falsas e negou ter pedido empréstimos, segundo O Globo. Mas um perito, testemunhas e até imagens de seu login no aplicativo bancário contrariam essa posição. Admar Gonzaga, ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e advogado do filho do ex-presidente, disse que não comentaria o caso, na ocasião do indiciamento, por se tratar de caso sigiloso. Já o advogado de Alves disse que seu cliente “com certeza” seria absolvido, segundo o jornal. Pai indiciadoA Reuters não conseguiu contactar a defesa de Jair Renan hoje. A denúncia do “filho 04” do ex-presidente ocorre um dia após Bolsonaro ser indiciado pela Polícia Federal (PF) por suspeita de fraude em seus registros de vacinação da Covid-19, abrindo caminho para uma denúncia pelo Ministério Público Federal (MPF). O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), deu 15 dias de prazo para a Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifestar sobre o relatório da PF. A Procuradoria é a responsável por avaliar se o ex-presidente também será denunciado. (Com Reuters) |
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