O Bradesco BBI iniciou a cobertura das ações da Jalles Machado (JALL3) – empresa que esmaga cana-de-açúcar para produzir etanol e açúcar – com recomendação neutra e preço-alvo de R$ 10, o que representa um potencial de valorização de 18% frente a cotação da última quarta-feira (7) de R$ 8,48.

Desde o IPO em 2021, a Jalles executou seu plano de crescimento com sucesso, apontam os analistas, anunciando a aquisição considerável de uma usina de etanol no ano passado, com sua expansão orgânica prevista para ser concluída em 2025.

O BBI comentou que as avenidas de crescimento da companhia devem suportar uma taxa anual de crescimento anual (CAGR) de 7% do Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) entre 2023 e 2023, que já aparecem precificadas, pois as estimativas estão amplamente alinhadas com do consenso para este período.

No entanto, segundo relatório, investidores podem ficar mais otimistas com novas expansões ou aquisições em potencial – em uma análise de sensibilidade, cada Capex (investimentos) de R$ 150 milhões em nova capacidade de açúcar aumenta o preço-alvo em R$ 0,50.

Jalles Machado e os preços do açúcar

Diante disso, analistas destacam que a Jalles Machado tem uma correlação relevante com os preços do açúcar.

Neste contexto, eles demonstraram preocupação com as exportações atrasadas de açúcar do Brasil, que devem acelerar significativamente entre os meses de junho e agosto, enquanto os ganhos de preço do açúcar do evento El Niño no segundo semestre de 2023 parecem limitados após o rali recente.

Em termos de múltiplos, a ação da Jalles está sendo negociada a 3,5 vezes EV/Ebitda para 2024, um desconto de 25% em relação aos pares de açúcar e etanol da América Latina.

Isso acontece, possivelmente, por conta de a ação ser menos líquida na Bolsa e por conta de uma maior contribuição de incentivos fiscais (30% do lucro líquido vs. 10-15% para pares), o que é visto “como um fator de risco para os ganhos”.