O mercado de fundos imobiliários acumula seis meses seguidos de ganhos, mas há espaço para uma valorização ainda maior, projeta Maria Fernanda Violatti, head de fundos listados da XP. Em relatório, a analista chama a atenção para o período de reavaliação patrimonial dos imóveis dos FIIs. De acordo com a Instrução CVM 516/11, os fundos imobiliários são obrigados a realizar, pelo menos uma vez ao ano, a avaliação dos imóveis do portfólio. O procedimento serve para que o FII consiga estimar de forma profissional e atualizada o seu valor patrimonial – que representa a soma dos ativos menos suas obrigações financeiras. “A tendência de queda da taxa Selic pode influenciar significativamente as avaliações patrimoniais de imóveis, tendo efeitos potencialmente positivos sobre o valor dos espaços e, consequentemente, [na valorização] dos fundos imobiliários”, analisa Maria Fernanda. Ela explica que a redução da Selic – que caiu de 13,75% para 12,75% ao ano de agosto para cá – reduz a rentabilidade das aplicações de renda fixa que têm a taxa como referência e eleva a procura por imóveis como alternativa de investimento – valorizando cada vez mais os espaços. Os FIIs XP Malls (XPML11) e The One (ONEF11) já realizaram a reavaliação patrimonial em 2023 e reforçam a tese da analista. Nos dois casos, o procedimento elevou o preço justo dos imóveis dos fundos em 13%. A expectativa é que os principais fundos do mercado realizem a reavaliação até o final do ano. Maria Fernanda também ouviu gestores sobre o assunto e 87% deles enxergam que os fundos de shoppings possuem o maior potencial de valorização após a reavaliação patrimonial. Leia também: FIIs de shopping que podem se valorizar após reavaliaçãoNo segmento de Shoppings, gestores ouvidos pela XP acreditam que o Vinci Shopping Centers (VISC11) tem o maior potencial de valorização. 33% dos executivos enxergam valorização de 10% a 20%; 50% dos executivos projetam um potencial de 0% a 10%; e 17% não enxergam potencial de valorização. Para o fundo Hedge Brasil Shopping (HGBS11), 17% dos gestores enxergaram potencial de 10% a 20% de valorização após a reavaliação; 67% acreditam em um potencial de 0% a 10%; e 17% não enxergam apreciação. No caso do (XPML11) – que realizou a reavaliação recentemente –, 83% dos gestores enxergam um potencial de valorização de 0% a 10%; 17% não trabalham com a possibilidade de apreciação do fundo. Leia também: |
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