Com o aumento da aversão ao risco diante da escalada da guerra comercial e da maior probabilidade de recessão nos EUA, o Goldman Sachs reiterou sua recomendação de compra para JBS (JBBS3) e preço-alvo de R$ 50,50. Às 12h20 (horário de Brasília), o papel da companhia subia 2,05%, a R$ 40,74.
Segundo os analistas do banco, o frigorífico está bem posicionado para atravessar cenários adversos, beneficiando-se de uma demanda global relativamente estável e previsível, além de contar com um dos mixes operacionais mais equilibrados entre seus pares, com atuação relevante nos Estados Unidos, Brasil e Austrália.
O banco também ressalta a geração robusta e consistente de fluxo de caixa livre (equivalente a 23% do valor de mercado nos últimos três anos), pagamento de dividendos atrativos (rendimento de 10% em 2025), bem como o sólido histórico de alocação de capital e potencial listagem dupla de ações.
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Apesar da valorização de 19% em dólar desde o anúncio dos avanços no processo de listagem dupla, as ações da JBS ainda são negociadas a 5,7 vezes o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) IFRS projetado para os próximos 12 meses — ou 7,0 vezes sob o padrão contábil US GAAP —, o que representa um desconto de 14% em relação à Tyson, em bases comparáveis.
Para o Goldman, uma eventual listagem na NYSE poderia ampliar o acesso ao capital, melhorar a liquidez, reforçar os mecanismos de governança e reduzir o prêmio de risco.
Modelo de negócios resiliente
A JBS se consolida como um dos modelos de negócios mais atraentes da cobertura do Goldman Sachs e entre seus pares globais, graças à sua ampla presença geográfica e portfólio diversificado, apontam os analistas.
A empresa atua em alguns dos maiores mercados de proteína do mundo, incluindo carne bovina, frango e suína nos Estados Unidos; bovina, frango, ovos e alimentos processados no Brasil; além de carne e produtos industrializados na Austrália, Halal, salmão e operações na Nigéria, entre outros.
Segundo o relatório, essa diversificação geográfica e operacional confere maior resiliência à companhia, permitindo que ela atravesse diferentes ciclos de mercado com mais estabilidade.
Atualmente, um superciclo no mercado global de frango tem compensado parcialmente o ajuste cíclico observado no setor de carne bovina dos EUA, e a expectativa é que a JBS registre um Ebitda ajustado médio de R$ 34,9 bilhões ao ano entre 2025 e 2027.
Além disso, o perfil exportador da companhia oferece uma camada extra de proteção contra variações cambiais: segundo estimativas, a cada 1% de desvalorização do real, o Ebitda consolidado do grupo tende a crescer 1,2%, mantidas as demais variáveis constantes.