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Judiciário

João Campos critica tarifas de Trump ao Brasil e sugere: “E se fosse o contrário?”

- 25/07/2025 22 Visualizações 22 Pessoas viram 0 Comentários
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O prefeito do Recife e presidente do PSB, João Campos, criticou nesta sexta-feira (25), durante a Expert XP 2025, a carta enviada por Donald Trump ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) justificando a tarifa de 50% sobre produtos brasileiros. Para Campos, a medida rompe com os padrões históricos de relação entre os dois países e impõe um custo direto à economia nacional, em especial ao setor agroexportador.

“Essa não é uma medida normal. Se a gente achar que é normal o que está acontecendo, algo em nós está errado”, afirmou.

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“Trump, o dia que você quiser conversar, o Brasil estará pronto”, afirmou o presidente nesta sexta-feira (25), durante cerimônia de lançamento do programa Periferia Viva em Osasco (SP)

O prefeito destacou que os Estados Unidos mantêm uma relação comercial com o Brasil há mais de 200 anos, com superávit consistente em favor dos americanos. “A grande diferença é que essa motivação está escrita e assinada pelo presidente, atacando diretamente instituições e adversários políticos de outro país.”

“Imagina se fosse ao contrário”

O presidente do PSB chamou atenção para o caráter inédito da carta americana e propôs uma inversão de cenário como exercício de reflexão. “Imagina se fosse o presidente brasileiro escrevendo uma carta ao presidente americano dizendo que só vai manter relações se a Suprema Corte de lá revogar a condenação de Trump. Isso seria inaceitável. E é exatamente o que estão fazendo conosco.”

Para Campos, o momento exige serenidade e foco na diplomacia, sem alimentar agendas ideológicas. “Negociar é a única saída. Não tem como normalizar um gesto como esse, e muito menos politizá-lo internamente. Esse é um problema que afeta o Brasil real — o do campo, o do emprego e da produção”, afirmou.

Exportações do Nordeste

João Campos alertou para os efeitos concretos da tarifa sobre a balança comercial brasileira e citou como exemplo o impacto sobre a exportação de frutas do Vale do São Francisco, que ocorre justamente nos meses em que o mercado americano é o principal destino.

“Durante três meses do ano, mais de 3 mil contêineres de manga são exportados para os Estados Unidos. Há uma chance real de parte dessa produção ser perdida. O preço cai, o excedente entra no mercado local, mas o dano já está feito. O maior impacto vai para o produtor, para o emprego, para a renda do povo nordestino”, disse.

Campos também mencionou os produtores do Espírito Santo, citando o governador Renato Casagrande como um dos afetados. “Quem vai pagar essa conta é o produtor pernambucano, o empresário capixaba. É por isso que tem que encontrar uma saída. Essa tarifa não faz bem nem ao Brasil, nem ao povo americano.”




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