 SÃO PAULO (Reuters) – As taxas dos DIs de curto prazo fecharam a quinta-feira com leves baixas, acompanhando o recuo dos rendimentos dos Treasuries no exterior após a divulgação de novos dados sobre o mercado de trabalho dos EUA, enquanto as taxas longas encerraram a sessão mais próximas da estabilidade. No fim da tarde a taxa do DI (Depósito Interfinanceiro) para janeiro de 2027 estava em 13,98%, ante o ajuste de 13,999% da sessão anterior. A taxa para janeiro de 2028 marcava 13,325%, em baixa de 3 pontos-base ante o ajuste de 13,35%. Entre os contratos longos, a taxa para janeiro de 2031 estava em 13,635%, ante 13,645% do ajuste anterior, e o contrato para janeiro de 2033 tinha taxa de 13,82%, ante 13,815%. Pela manhã a divulgação de dados sobre o mercado de trabalho dos EUA confirmou a expectativa, entre os investidores, de que o Federal Reserve cortará juros neste mês. O Relatório Nacional de Emprego da ADP mostrou que foram abertos nos EUA 54.000 postos de trabalho no setor privado em agosto, ante 106.000 em julho. Economistas consultados pela Reuters previam abertura de 65.000 empregos. Já os pedidos iniciais de auxílio-desemprego aumentaram em 8.000, para 237.000 em dado com ajuste sazonal, na semana encerrada em 30 de agosto, informou o Departamento do Trabalho dos EUA. Economistas previam 230.000 pedidos. Os números desta quinta-feira e, em especial, a expectativa de que o relatório de empregos payroll, a ser divulgado na sexta-feira, também confirme as apostas no corte de juros pelo Fed colocaram os rendimentos dos Treasuries em baixa, em movimento que se intensificou no meio da tarde. No Brasil, as taxas dos DIs chegaram a apresentar ganhos no fim da manhã, principalmente entre os contratos mais longos, mas à tarde elas voltaram a perder força, em sintonia com os Treasuries. “Tivemos a divulgação de dados do mercado de trabalho dos EUA, e vimos que isso afetou os juros futuros. Mas aqui no Brasil (as taxas) subiram um pouco, principalmente nos vértices mais longos, por conta do leilão”, comentou durante a tarde Mariana Salomão, sócia da One Investimentos, lembrando que na quarta-feira o Tesouro havia promovido um leilão de 4,5 milhões de Notas do Tesouro Nacional — Série B (NTN-Bs) com prazos mais longos. “Isso acaba pressionando”, acrescentou. Na manhã desta quinta-feira o Tesouro fez outro leilão, desta vez de Letras do Tesouro Nacional (LTNs) e de Notas do Tesouro Nacional — Série F (NTNFs), no qual vendeu 18 milhões de letras e 2,5 milhões de notas. Sem gatilhos mais fortes e com os investidores à espera do payroll, as taxas futuras no Brasil encerraram o dia com variações modestas. As apostas para o próximo encontro de política monetária do Banco Central também pouco mudaram. Perto do fechamento a curva brasileira precificava em 99% a probabilidade de manutenção da Selic em 15% no encontro deste mês do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC. Na terça-feira — atualização mais recente — a precificação das opções de Copom negociadas na B3 indicava 93,58% de chances de manutenção da Selic. Às 16h35, o rendimento do Treasury de dez anos — referência global para decisões de investimento — caía 4 pontos-base, a 4,167%. Por Fabricio de Castro
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