 A Corte de Comércio Internacional dos Estados Unidos decidiu que o presidente Donald Trump excedeu sua autoridade ao impor tarifas globais sobre produtos importados, em um revés importante para uma das principais frentes de sua política econômica. A decisão, anunciada nesta quarta-feira (28), afirma que a Casa Branca utilizou de forma indevida uma lei de emergência para justificar a adoção de tarifas contra praticamente todos os países. Segundo os juízes da corte, com sede em Manhattan, a Constituição dos EUA concede ao Congresso o poder exclusivo de regular o comércio exterior, não podendo esse dispositivo ser sobreposto por medidas unilaterais do Executivo. Com isso, o tribunal entendeu que as tarifas impostas por Trump não encontram respaldo legal suficiente. O governo de Trump pode recorrer da decisão em instâncias superiores da Justiça federal. A ação foi movida pelo Liberty Justice Center, um centro jurídico apartidário, representando cinco pequenas empresas americanas que dependem da importação de produtos atingidos pelas tarifas. Trata-se do primeiro grande desafio legal às chamadas tarifas do “Dia da Libertação”, como foram apelidadas por Trump. As medidas foram anunciadas em 2 de abril e provocaram grande instabilidade nos mercados financeiros globais. Desde então, parte das tarifas foi revertida ou suavizada à medida que o governo norte-americano negociava exceções com diferentes países.
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