Para quem não quer depender do sorteio no consórcio, a alternativa é oferecer um lance que permita antecipar o recebimento da carta de crédito e adquirir o bem ou serviço desejado. No entanto, existem diferentes tipos de lances no consórcio, e é importante saber como funcionam e de que forma eles podem acelerar a tão esperada contemplação.

Em linhas gerais, a lógica do lance é a mesma de um leilão: quem oferecer o maior valor (e for aprovado na análise da administradora), leva a carta de crédito. Nas assembleias gerais, depois de realizar os sorteios, a administradora verifica o saldo que restou no fundo e só então avalia os lances.

Por sua vez, o consorciado só paga o lance se a sua oferta for a vencedora do grupo. Nesse caso, a administradora abate o valor pago a título de lance do saldo devedor da carta de crédito.

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Tipos de lances no consórcio

Antes de mais nada, é importante saber que as regras e modalidades de lances podem variar de acordo com cada administradora, e até mesmo entre grupos de uma mesma empresa, explica Márcio Massani, diretor executivo-comercial da Âncora Consórcios.

“Por isso, é essencial que o consorciado consulte o regulamento específico do seu grupo antes de definir sua estratégia de oferta”, alerta o gestor.

Outro ponto importante a conhecer são os critérios de desempate nos casos de ofertas iguais. Essa informação também faz parte das regras da administradora, e impactam diretamente nas chances de contemplação.

Dito isso, vejamos agora os tipos de lances mais usuais nos consórcios.

Lance livre

No lance livre, o consorciado pode oferecer o valor que desejar, de acordo com as regras estabelecidas no contrato sobre valores mínimos.

Se houver empate, a administradora utilizará critérios próprios para o pagamento do crédito – que podem ser um sorteio entre as maiores ofertas, ou mesmo um lance adicional, por exemplo. Como vimos, tudo vai depender do que for previamente estipulado.

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Lance fixo

Já no lance fixo, a administradora define antecipadamente um percentual de oferta, normalmente em torno de 30% do valor da carta de crédito.

Por exemplo, em um consórcio imobiliário com carta de crédito de R$ 600 mil e lance fixo de 30%, o consorciado deve ofertar R$ 180 mil como lance para obter a contemplação. 

“Os participantes que optam por esse tipo de lance concorrem entre si, e o desempate costuma seguir a ordem dos sorteios da Loteria Federal”, explica o gestor da Âncora.

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Lance embutido

Nessa modalidade, o participante faz a oferta utilizando uma parte da carta de crédito.

Imagine que, em um consórcio de veículos com carta de crédito de R$ 200 mil, o consorciado queira dar um lance de R$ 40 mil, mas não dispõe do dinheiro. Uma alternativa seria deduzir os R$ 40 mil da carta para utilizar como lance e, no momento da contemplação, receber a diferença (R$ 160 mil).

Novamente aqui, as regras para utilizar o lance embutido (como percentual ou outras) cabem à administradora do consórcio, e podem variar de acordo com cada grupo.

Lance limitado

Como o nome diz, esse tipo de lance estabelece um teto máximo para a oferta. Isso torna a disputa mais equilibrada, pois os participantes conseguem prever o valor máximo permitido para o grupo.

“Diferentemente do lance livre, não é possível utilizar parte da carta de crédito no lance limitado. O consorciado só pode fazer a oferta com recursos próprios”, observa Massani.

Lance com recursos do FGTS

É possível utilizar o saldo do FGTS para dar um lance nos consórcios imobiliários, seja para completar o valor da carta de crédito (se o imóvel for mais caro) ou na liquidação da dívida. Para esse tipo de lance, valem as regras da Caixa Econômica Federal em relação à utilização do fundo.

Lance fidelidade

Dependendo da administradora, os consorciados que mantêm bom histórico de pagamentos podem receber determinadas vantagens. Uma delas é o lance fidelidade, como explica Márcio Massani.

“O consorciado com, pelo menos, seis parcelas quitadas em dia tem direito ao lance fidelidade. Nessa modalidade, a concorrência ocorre apenas entre os clientes adimplentes, criando um ambiente mais restrito e vantajoso para os participantes comprometidos com o grupo”, diz o gestor.

Lance troca de chaves

Esse tipo de oferta permite que o consorciado utilize um bem usado (como imóvel ou veículo) como parte do lance. Nesse caso, a administradora avalia o bem e, se aprovar a sua utilização, aplica o desconto do seu valor diretamente sobre a carta de crédito.

Mas existem algumas regras importantes nessa modalidade, alerta Massani: não se pode utilizar crédito embutido, o valor do bem não pode ultrapassar 50% da carta de crédito e o consorciado pode complementar a oferta com recursos próprios.

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