 O líder militante Abdullah Ocalan, preso na Turquia, conclamou seu Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) a depor as armas, nesta quinta-feira, uma medida que poderia pôr fim ao conflito de 40 anos com Ancara e ter consequências políticas e de segurança de longo alcance para a região. Uma delegação do partido pró-curdo DEM da Turquia visitou Ocalan na quinta-feira em sua ilha-prisão e, mais tarde, fez a declaração na vizinha Istambul. “Estou fazendo um apelo para a deposição de armas e assumo a responsabilidade histórica desse apelo”, disse Ocalan em uma carta tornada pública por membros do partido DEM. Ocalan quer que seu partido realize um congresso e concorde formalmente em se dissolver, segundo eles. O PKK é considerado uma organização terrorista pela Turquia e seus aliados ocidentais. Mais de 40 mil pessoas foram mortas desde que o PKK iniciou sua luta em 1984 com o objetivo de criar uma pátria étnica para os curdos. Desde então, o grupo se afastou de seus objetivos separatistas e, em vez disso, buscou mais autonomia no sudeste da Turquia e mais direitos para os curdos. O apelo de Ocalan pode ter implicações para a importante região exportadora de petróleo do norte do Iraque, onde o PKK está sediado, e para a vizinha Síria, que está emergindo após 13 anos de guerra civil e a expulsão de Bashar Al-Assad em dezembro. Um processo de paz entre a Turquia e o PKK entrou em colapso há uma década. Um aliado do presidente Tayyip Erdogan propôs que Ocalan tomasse essa atitude há quatro meses.
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